Coritiba pode perder mando de campo por caso de racismo e objetos arremessados

A procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) apresentou sua denúncia formal sobre as confusões do Atletiba do último sábado

Silvio Rauth Filho
Briga entre jogadores no Atletiba do Couto Pereira

Briga entre jogadores no Atletiba do Couto Pereira (Crédito: Valquir Aureliano)

A procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR) apresentou sua denúncia formal sobre as confusões do Atletiba do último sábado (dia 24), no Couto Pereira. Os dois clubes foram denunciados e correm risco de multas e perda de mando de campo. E 12 jogadores também foram indiciados pela procuradoria – todos correm risco de suspensão de até 22 partidas.

Caso de racismo

A Procuradoria do TJD-PR denunciou o Coritiba por conta das ofensas racistas proferidas por um torcedor contra o zagueiro Léo Pelé, do Athletico, quando o jogador deixava o campo após ser expulso. A punição prevista na legislação é de multa em dinheiro e suspensão de no pelo menos 720 dias ao torcedor. O clube corre risco de perda de mando de campo.

Se o Coxa comprovar que o torcedor foi identificado, o clube provavelmente escapa da punição.

Em nota, o Coritiba informou que contribuiu para identificar o torcedor. A Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (DEMAFE) informou que o responsável já prestou depoimento e foi indiciado.

Julgamento

Ainda não há julgamento marcado. O caso será primeiro julgado por uma comissão disciplinar do TJD-PR (primeira instância). Depois, em caso de recurso, vai ao Pleno do TJD-PR (segunda instância).

A tendência é o caso seja totalmente julgado (resolvido nas duas instâncias) nas próximas quatro a cinco semanas, quando a competição já estará nas fases eliminatórias. É possível que várias dessas punições só sejam cumpridas em 2026.

Arremessos de objetos

O Coritiba também foi denunciado por arremesso de objetos no Couto Pereira. O clube corre risco de perda de 1 a 10 mandos de campo e multa de R$ 1 mil a R$ 100 mil. O Athletico também foi denunciado pela procuradoria por conta de sinalizadores no espaço da torcida visitante, que são proibidos, e pode receber multa de R$ 100 a R$ 100 mil.

Os objetos arremessados, bombas e sinalizadores foram relatados pelo árbitro Selmo Pedro dos Anjos Neto na súmula da partida.

Doze jogadores denunciados

Doze jogadores foram denunciados pela procuradoria do TJD-PR. Eles foram enquadrados em dois artigos do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). O 254-A, que trata de “praticar agressão física” e prevê punição de quatro a 12 partidas de suspensão. E o artigo 257, que se refere a “participar de rixa, conflito ou tumulto”, que pune com suspensão de seis a dez jogos.

 A súmula do árbitro Selmo Pedro dos Anjos Neto relatou a expulsão de nove atletas pela pancadaria no gramado, cinco do Coritiba e quatro do Athletico.

Os cinco expulsos do Coritiba são o centroavante Junior Brumado, os laterais Jamerson e Rodrigo Gelado, o volante Sebá Gómez e o meia Josué.

Os quatro expulsos do Athletico são o volante Felipinho, o lateral Fernando, o goleiro Mycael e o ponta Isaac.

Além desses nove jogadores, a procuradoria incluiu mais três jogadores na denúncia, dois do Athletico (o meia Zapelli e o goleiro Matheus Soares) e um do Coritiba (o volante Filipe Machado). Nesses dois casos, a denúncia provavelmente foi baseada em vídeos.

Árbitro

O árbitro Selmo Pedro dos Anjos Neto também foi denunciado pela Procuradoria do TJD-PR. Ele pode ser suspenso de 30 a 180 dias e levar multa de R$ 100 a R$ 1 mil.

Reclamações

O diretor de futebol do Athletico, Rodrigo Possebon, e o gerente Eder Chibior também foram citados na súmula, por reclamações “grosseiras e ofensivas” contra o trio de arbitragem. Eles foram denunciados pela procuradoria e correm risco de suspensão e multa.