Oficialmente, o Coritiba encerrou o ano de 2024 na sexta-feira (22), ao perder de 3 a 1 para o Botafogo-SP, na última partida pela Série B. O fim de ano melancólico relembra o fim de 2023, quando o time paranaense foi rebaixado. E as perspectivas para o ano seguinte não parecem melhores.
A melancolia foi a marca da entrevista final do técnico interino Guilherme Bossle, que comandou o Coritiba nas últimas duas partidas. “Com todo mundo aqui, eu peço desculpa pelo ano do clube. Sei que o torcedor não vai entender”, disse ele. “Um jogo que a gente gostaria de estar aqui, com a casa cheia, para o nosso acesso. É um jogo que não valia muita coisa”.
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Objetivo frustrado
Em 2023, pelo desempenho que apresentou desde o começo, o Coritiba lutou apenas para não ser rebaixado. Não conseguiu. Nunca ficou de fora da zona de degola. Caiu com três rodadas de antecedência e fez sua pior campanha na história dos pontos corridos (19º lugar, com 30 pontos).
Neste ano, pelo desempenho que apresentou desde o começo, o Coritiba nunca esteve perto de subir para a primeira divisão. Sua melhor colocação em toda a Série B foi o 7º lugar, três posições abaixo da zona de acesso. Acabou em 12º, com 50 pontos, sua pior colocação e sua pior pontuação na história da Série B por pontos corridos.
“O torcedor está no direito de reclamar, de nos cobrar, e a vida do futebol é essa”, disse Bossle, após o último jogo do ano. “Esse ano foi bem complicado, mas a gente promete trabalhar para poder fazer com que as coisas mudem”.
Sem técnico
Em 2023, nas três últimas rodadas, o Coritiba já estava ciente que não escaparia da degola. Demitiu o técnico Thiago Kosloski e trouxe Guto Ferreira, que vinha para tentar uma reconstrução em 2024, mas que aceitou dirigir o time nas três últimas rodadas.
Em 2024, há pelo menos três rodadas o Coritiba já sabia que não conseguiria subir para a primeira divisão. Jorginho deixou o clube há duas semanas, após a derrota de 2 a 0 para o Santos, em casa. Nos dois últimos jogos, o time foi comandado pelo interno Guilherme Bossle.
Ao contrário da temporada anterior, o Coritiba não tem um técnico engatilhado para o ano seguinte. O que há são nomes cogitados. O favorito, por enquanto, é Mozart, que fez boa campanha no Mirassol-SP. Rafael Guanaes fez bom trabalho no Operário e entrou no radar coxa-branca – Vila Nova-GO e América-MG também o cobiçam. Vagner Mancini avisou que não fica no Goiás e tornou-se uma possibilidade. Lisca (ex-Paraná Clube) está no mercado após deixar o América-MG. Até mesmo o nome do ex-meia Alex, hoje no Antalyaspor (Turquia), entrou na pauta.
Elenco de saída
O Coritiba tinha 13 jogadores com contrato apenas até o fim do ano. Cinco já foram dispensados por antecipação: o zagueiro Maurício Antônio, o meia Yago e os atacantes Figueiredo, Robson e Alef Manga.
Dos outros 8, poucos têm perspectiva de permanecer. O goleiro reserva Benassi estava por empréstimo e pode voltar à Ferroviária-SP. O outro goleiro reserva Gabriel Leite, ficaria livre no mercado aos 38 anos. Os zagueiros Benevenuto e Bruno Melo podem voltar ao Fortaleza. O lateral-direito Jhonny deve voltar ao Fluminense. O volante Zé Gabriel estava emprestado pelo Vasco e deve retornar. O volante Morelli estava cedido pelo Maringá e também deve voltar. E o atacante Eryc Castillo, pouco aproveitado, também deve sair.
O único que tem alguma chance de permanecer é o meia Matheus Frizzo. Ele havia sido cedido pela Tombense-MG, com o Coritiba tendo prioridade na compra dos direitos econômicos. O clube deve exercer essa preferência, mas está ciente que outros clubes se interessaram pelo jogador, como Internacional e Palmeiras.
Pré-temporada
Em 2023, o Coritiba jogou sua última partida no dia 6 de dezembro. Voltou aos treinos no dia 2 de janeiro. E só voltou a jogar no dia 18 de janeiro, pelo campeonato Paranaense. Foram 16 dias de pré-temporada, sob o comando de um treinador efetivo (Guto Ferreira).
Em 2024, o Coritiba jogou sua última partida no dia 22 de novembro. Deve voltar aos treinos em 27 de dezembro. E volta a jogar no dia 12 de janeiro, quando estreia pelo campeonato Paranaense. São 16 dias possíveis de pré-temporada, ainda sem um treinador definido para comandar a equipe.