O ex-jogador Rafinha, ídolo do Coritiba, revelou nessa quarta-feira (dia 1º) que sua família foi ameaçada por torcedores. A situação foi provocada pela disputa judicial entre o ex-atleta e o clube. Desde 2013, ele vem tentando receber salários atrasados, referentes ao período de 2010 a 2013, quando defendeu o Coxa.
O estopim da confusão ocorreu na terça-feira (dia 31), quando foi divulgado que Rafinha entrou na Justiça para receber sua dívida antes que o argentino Cerutti, que defendeu o Coritiba em 2020 e 2021. Por uma ação do jogador estrangeiro na Fifa, o clube acabou punido com a Fifa com o ‘Transfer Ban’, ou seja, não pode registrar novos reforços enquanto não pagar essa dívida.
“Nem sabia que o Cerutti tinha entrado com a ação. Minha esposa estava dirigindo e começou a receber muitas mensagens no Instagram. Ela sempre recebeu mensagem de torcedores, porque eu não tinha redes sociais. E começaram a ofender ela e até dizer: ‘sei onde seu filho estuda’ e xingando bastante. Ela me perguntou porque estavam xingando e eu respondi que estava sabendo. Aí mandaram o link de onde tinha saído essa história. Fui fui pego de surpresa. Liguei para meu advogado para saber e ele me explicou”, contou Rafinha, em entrevista para a rádio Transamérica.
“Estou tentando há quase dez anos receber esse valor. É justo buscar o que o trabalhador tem direito”, afirmou.
Desde 2009, o jogador vem sendo defendido pelo escritório Mafuz Abrão, Ribeiro & Caron Advogados. Na época, ele atuava pelo Paraná Clube, emprestado pelo São Paulo. Em seguida, os mesmos advogados conseguiram a liberação do vínculo com o São Paulo para que o jogador assinasse por quatro anos com o Coritiba, que era um desejo de Rafinha. “Eles me ajudaram a fazer a liberação com o São Paulo para acertar com o Coritiba”, lembrou.
O advogado Henrique Caron, que defende Rafinha no processo relativo aos salários atrasados de 2010 a 2013, explicou que o ex-jogador não é o único que pediu o pagamento da dívida antes de Cerutti. “O Carpegiani (ex-técnico) também entrou com impugnação praticamente idêntica”, contou, para a Transamérica. “Eles não podem deixar seus direitos reduzidos sem se manifestar”, argumentou. Segundo o advogado, a ação pede que não seja permitido “que o credor estrangeiro tenha prevalência sobre os credores brasileiros nessa recuperação judicial”.
Rafinha tem forte ligação com o Coritiba e foi homenageado pela torcida na partida do último domingo, no Couto Pereira, com uma bandeira gigante. Além da passagem de 2010 a 2013, atuou pelo Coxa de 2019 a 2021. “É ingenuidade achar que, porque ele é torcedor, poque ele ama o clube, que ele não pode se manifestar juridicamente”, disse Caron.