O lateral-direito Rafinha, 39 anos, foi apresentado à imprensa, nessa terça-feira (dia 14), como novo reforço do Coritiba para a temporada 2025. O jogador foi revelado no próprio clube e estava livre no mercado após deixar o São Paulo.
Em entrevista coletiva, explicou por que não voltou antes ao Coritiba e avisou que vai se aposentar no clube paranaense.
Retorno ao Coritiba
Rafinha não detalhou em qual ano e quais pessoas foram contra seu retorno ao Coritiba, mas falou sobre o assunto. “Realmente tive conversas (para retornar), mas pessoas que estiveram aqui um tempo atrás, não preciso falar nem ano, nem nome, falaram que eu já estava ultrapassado, acharam que eu não traria mais resultado, fiquei muito chateado, muito mesmo”, declarou.
“Já aconteceu essa chance de eu voltar antes, mas acabou não dando certo, também entendo, respeito. Mas o que ficou para trás ficou, prefiro olhar para frente. Estou feliz de estar no clube, chegou o momento certo, quero olhar daqui para frente, vestir a camisa do Coritiba que tenho tanto respeito”, afirmou Rafinha.
Aposentadoria
“Eu sempre deixei claro que queria encerrar minha trajetória aqui, no clube que me revelou e me apoiou. Não podia terminar minha carreira sem vestir essa camisa novamente”, declarou Rafinha. “Nada mais justo do que retribuir tudo o que o Coritiba fez por mim. Foi minha primeira estação no futebol e será a última”, garantiu. O jogador, porém, não afirmou se esse será seu último ano ou se tem planos para continuar em 2026. Ele tem contrato válido até o final de 2025.
História de Rafinha
Revelado pelo próprio Coritiba, Rafinha defendeu o São Paulo nas últimas três temporadas, somando 117 jogos, um gol e 13 assistências. Em 2024, entrou em campo 22 vezes – 19 como titular.
Marcio Rafael Ferreira de Souza, 39 anos, nasceu em Londrina, em 1985. Começou no futsal e passou para o futebol de campo em 1996, no PSTC, então com sede em Londrina. Chegou às categorias de base do Coritiba em 2002, com 17 anos de idade.
Em 2004, Rafinha já era um dos destaques do time profissional do Coritiba. Virou referência pela tranquilidade na saída de bola e pelo apoio qualificado ao ataque, sem perder força defensiva.
Seleção brasileira
Em 2005, foi titular da seleção brasileira no Mundial Sub-20, na campanha do 3º lugar. Em 2005, foi vendido por 5 milhões de euros para o Schalke 04. Após cinco boas temporadas pelo clube da Alemanha, acabou comprado pelo Genoa, da Itália, por 8 milhões de euros. Um ano depois, o gigante Bayern de Munique pagou 5,5 milhões pelo lateral. A partir dali, acumulou 18 títulos — inclusive o hepta consecutivo da Bundesliga e uma Liga dos Campeões. Foram 266 partidas, seis gols e 29 assistências pela equipe alemã.
Volta ao Brasil
Voltou ao Brasil em 2019 e em grande estilo. Foi campeão da Libertadores e do Brasileirão pelo Flamengo. Ainda ganhou a tradicional Bola de Prata como melhor lateral-direito da Série A. Passou por Olympiakos (Grécica) e Grêmio antes de chegar ao São Paulo, em 2022, onde conquistou a Copa do Brasil no ano seguinte.
Em 2023, foi eleito o melhor lateral-direito dos últimos 40 anos do futebol paranaense, em votação promovida pelo Bem Paraná.
Pela seleção brasileira sub-23, Rafinha também conquistou um bronze na Olimpíada de 2008. Pela seleção principal, jogou quatro amistosos – um em 2008, um em 2014 e dois em 2017.
Dirceu Krüger
Ao longo da entrevista coletiva dessa terça-feira, o jogador relembrou momentos marcantes de sua história no Coritiba. Destacou o início de sua carreira profissional, em 2004. Lembrou com carinho de Dirceu Krüger, que foi um verdadeiro mentor e que colaborou diretamente para a formação do vitorioso atleta.
“Seu Krüger sempre acreditou em mim”, ressaltou Rafinha durante a entrevista. “Ele dizia que, se eu me dedicasse, chegaria ao profissional. Morei aqui no Couto, debaixo das arquibancadas e aprendi o valor de cada conquista que tive”, reconheceu.
Construção do time
Rafinha também reforçou a importância de uma mentalidade vencedora para a construção de um time competitivo. E afirmou o comprometimento dele com o Coritiba.
“Esse sentimento de levantar troféu me move”, enfatizou Rafinha. “Um grupo vencedor se forma com campeões. Então, quanto mais atletas e pessoas com uma mesma meta, as coisas facilitam”, falou. “Não vim aqui para passear ou jogar um ano à toa. Tive oportunidades fora do Brasil e de outros clubes, mas escolhi estar aqui, escolhi o Coritiba”, apontou.
O lateral elogiou o trabalho da atual diretoria e os projetos ambiciosos que buscam recolocar o clube entre os principais do país. “A diretoria está fazendo um trabalho sério, com projetos ambiciosos”, valorizou. “Mas é nossa obrigação, como jogadores, colocar o clube no lugar onde ele deve estar”, completou Rafinha.
Torcida
“O Coritiba sempre foi muito forte com o apoio da torcida. Esse é um ponto fundamental para termos um ano de sucesso. Jogador e torcida precisam estar juntos para fazermos deste um ano especial. E estou pronto para ajudar dentro e fora de campo”, disse.