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Carlos Amodeo, CEO do Coritiba (Crédito: Valquir Aureliano)

A SAF do Coritiba, operacional desde julho de 2023, apresentou seu primeiro relatório de auditoria com as demonstrações financeiras para o exercício de 2023 e conquistou um lucro de R$ 34,6 milhões. “Os resultados demonstram que os eventos de reestruturação do modelo de gestão e a transação junto aos investidores da Liga Forte Futebol (LFU) tiveram relevante participação no desfecho”, afirma texto no site oficial no clube.

“Os resultados superam a projeções recebidas pelos novos executivos na troca de gestão, que, ao assumirem, fizeram grandes transformações nos processos e controles do Coritiba. Com a Recuperação Judicial da Associação em dia e sem contratar novos endividamentos, em virtude dos aportes financeiros da Treecorp, a gestão focou na reestruturação em todas as áreas do clube”, completa o texto.

A SAF também fechou o ano com superávit de caixa, aproximadamente R$ 12 milhões, sem antecipações de receitas de 2024, operação usual no mercado do futebol e, particularmente, no clube, ao longo dos últimos anos. “Na previsão de fluxo de caixa existente no início da transição de gestão de associação para SAF (meados de 2023), a projeção era de um déficit financeiro de R$ 155 milhões em dezembro de 2023”, explica o texto.

Já entre as principais receitas deste período (Julho a Dezembro/23) está o direito de transmissão com R$ 33,5 milhões de resultado. Outras fontes importantes vieram da mensalidade dos sócios (R$ 12,9 milhões), de placas de publicidade, receitas de locação de lojas, salas e espaços existentes no Couto Pereira, bem como recebimentos de royalties decorrentes da cessão do uso da marca Coritiba  (R$ 8,6 milhões), patrocinadores (7,3 milhões) e bilheteria (R$ 3,8 milhões).

“O resultado econômico  referente ao exercício de 2023 é fruto do processo de transformação da metodologia de gestão do Coritiba, nesta primeira etapa (Reestruturação) do Plano Estratégico, que denominamos ‘Visão 2030’. Desde que iniciamos a transição da gestão, em meados de 2023, passamos a implementar uma nova cultura organizacional, com visão empresarial e foco na excelência. É sempre importante frisar que se trata de um projeto de médio e longo prazo, que demanda visão estratégica, persistência, resiliência e, sobretudo, profissionalismo.  À medida que avançamos, reforçamos nossa convicção de que, neste aspecto, estamos no rumo certo, com o objetivo de tornar o Coritiba um clube economicamente forte e sustentável. Acreditamos fielmente que uma gestão eficaz produz alicerces sólidos para o protagonismo desportivo”, afirmou Carlos Amodeo, CEO do Coritiba SAF. 

“Estamos atravessando um processo de reestruturação, em que temos que desenvolver o clube dentro e fora das quatro linhas. O business plan da visão 2030 prevê que esse período será concluído em 2025, e durante essa fase estamos aplicando novas políticas de atuação e gestão do negócio, onde resumidamente posso dizer que o Coritiba é o centro e não quem órbita nossos parceiros. Estamos oferecendo perspectivas de continuidade, crescimento e credibilidade com profissionalismo”, disse André Campestrini, CFO do Coritiba SAF.  

No documento, a SAF revela ainda que gastou, no período, R$ 72,3 milhões com despesas no futebol profissional e R$ 7,1 milhões com as categorias de base. A título de comparação, ao longo de todo o exercício em 2022, ou seja, em 12 meses, o Coritiba gastou R$ 84,1 milhões com o futebol.

Período associativo

É importante lembrar que o clube viveu uma transição em 2023. Em 30 de junho do ano passado o Coritiba Foot Ball Club transferiu suas atividades operacionais para Coritiba Sociedade Anônima do Futebol. A partir desta data, toda a operação das atividades desportivas e administrativas, todos os direitos e deveres do clube passaram a ser de responsabilidade da SAF. Os resultados apresentados nas demonstrações contábeis da SAF, então, correspondem ao período de julho a dezembro de 2023. 

Portanto, se considerado o ano inteiro, o lucro do time alviverde passa a ser ainda maior, uma vez que a associação teve lucro contábil de aproximadamente R$ 15 milhões. Ao todo, o Coxa, então, fechou a temporada passada positivamente em R$ 49,6 milhões. 

“Embora haja superávit no período, o valor não necessariamente corresponde a dinheiro em caixa, já que o lucro considera também valores que a SAF ainda tem a receber”, ressalta o texto publicado pela SAF do Coxa.

“Os primeiros meses da Treecorp à frente da SAF do Coritiba são só os primeiros passos de uma reformulação na mentalidade proposta pela Empresa que tem como principal objetivo colocar o clube como referência de gestão e inovação”, explica o texto do clube.

“No projeto Visão 2030 estabelecido pela SAF, os primeiros três anos de gestão correspondem ao processo de reestruturação. Na sequência os executivos preveem crescimento entre 2026 e 2028 e consolidação do programa entre 2029 e 2031.  Durante este processo melhorias em pontos importantes como infraestrutura, boas práticas de gestão, capacidade de gerar retornos sustentáveis, ações que gerem aproximação com os torcedores são alguns dos cuidados que a empresa busca atingir”, completa o texto.

Veja o relatório de administração aqui.