O Tricolor das Laranjeiras bateu na trave na última terça-feira e deu adeus à tão sonhada taça do Mundial de Clubes ao perder do Chelsea por 2 a 0, tendo ainda João Pedro como algoz da partida.
Crise e a volta por cima
O ano de 2024 não foi dos melhores para o Fluminense. Iniciou o ano com uma participação nada expressiva no campeonato estadual, mas se recuperou e conquistou a Recopa Sudamericana em 29 de Março de 2024. Depois, em um período apático, se arrastou por 6 jogos entre empates e derrotas durante junho e julho, sendo considerada uma crise no clube.
Acabou sofrendo com eliminações em competições menos relevantes e precisou lutar para não ser rebaixado no Campeonato Brasileiro.
Já em 2025 parece que o tricolor começou o ano melhor e conseguiu chegar na final do campeonato carioca no famoso FLA-FLU, empatando com o Flamengo mas perdendo na vantagem.
O Mundial
Com a vitória na Libertadores 2023, o Fluminense garantiu uma das vagas da América do Sul, quando venceu o Boca Juniors em uma final histórica. Isso porque o campeonato considera um ranking dos torneios continentais entre 2021 e 2024.
Agora em um formato inédito, o chamado de “super Mundial”, que continua a ser disputado a cada 4 anos, conta com mais equipes e vagas. Ao todo, 32 equipes de todos os continentes participaram, sendo inicialmente divididos em 8 grupos. Além disso, também entrará no calendário a chamada Copa Intercontinental, que passará a ser realizada anualmente.
O Flu iniciou em um grupo considerado tranquilo – o grupo F – composto por Borussia Dortmund, Ulsan e Mamelodi Sundowns. Passou com tranquilidade e nas Oitavas de Final derrotou a Inter de Milão por 2 a 0. Já nas Quartas, enfrentou o Al-Hilal e venceu por 2 a 1.
O bom filho à casa… destrói?
Porém, aquele sonho do torcedor fluminense chegou ao fim. Em sua primeira partida como titular pelo novo clube, João Pedro cumpriu seu papel e com apenas 18 minutos de jogo deixou um gosto amargo no seu primeiro clube. O jogador não comemorou em respeito a quem o revelou.
Foi no Fluminense que o paulista de Ribeirão Preto iniciou sua carreira nos campos de futebol e se projetou para o futebol europeu. Isso até 2020, quando foi vendido para o inglês Watford e fez sua estreia na Premier League. Em 2023 o jogador foi transferido para o Brighton e, recentemente, para o Chelsea.
Com certeza, entre todos os seus feitos, a estreia no Mundial de Clubes com dois gols que garantiram a vitória e a vaga na final, será um feito inesquecível e uma estreia com o pé direito. Exceto para os tricolores, esses não esperavam tamanha reviravolta, a chamada lei do ex.
O choque na final
O setor de apostas sentiu o aquecimento que o Mundial de Clubes causou no mercado. Além do ótimo desempenho dos times brasileiros, resultados inesperados também movimentaram os grupos e sites onlines com os melhores palpites para apostas e análises dos jogos e dos mercados.
A verdade é que o campeonato se mostrou uma excelente oportunidade ao unir paixão e diversão, já que proporcionou uma imprevisibilidade que acabou sendo comprovada em campo.
Sem nenhuma surpresa, o atual campeão da Champions League, Paris Saint Germain, derrotou o Real Madrid por 4 a 0 e garantiu sua vaga na final. O confronto, em 13 de julho, entre PSG e Chelsea prometia futebol do mais alto nível e grandes oportunidades para os espectadores que gostam de apostar.
E os fãs de futebol estavam empolgados com a temporada do PSG, que atropelou os maiores times europeus nos últimos meses e ainda enfrentaria os Blues em o que provavelmente seria outro jogo com grande placar final. E foi – mas não como se esperava.
Diante de um apático PSG, o Chelsea liderava em campo e terminou o primeiro tempo com o placar praticamente definido, surpreendendo a todos – dentro e fora de campo.
Mas o que é o futebol se não a arte de não prever ou contar resultados como certos. Com Palmer em chamas, os Blues não só resistiram à pressão do time francês como aproveitou bem as chances que surgiram, definindo aos poucos o placar e sendo agora reconhecido como o primeiro Campeão Mundial, já que a FIFA atualizou os títulos anteriores para Campeões Intercontinentais.
Os europeus não ligam para o Mundial?
O campeonato intercontinental também foi palco de polêmica entre os clubes europeus, que inicialmente reclamaram da competição e também criticaram o nível das equipes. A alegação era que não se comparava ao futebol jogado na Europa. Também houve muita justificativa de que os jogadores estavam exaustos após uma longa temporada.
Enzo Maresca, por exemplo, até tentou se desfazer do futebol brasileiro e, durante uma coletiva, citou que os “blues” do Chelsea estiveram em 63 jogos, jogando no ar a pergunta sobre o Fluminense. O que ele não imaginava era que o tricolor havia jogado 70 partidas no mesmo período.
Todo esse mimimi sem nem ao menos ter ideia que, durante as copas Libertadores e Sul Americanas, a realidade dos clubes é jogar em altitudes desafiadoras de quase 5.000 metros, como jogos realizados na Bolívia ou no Equador.
Mas agora nas semifinais parece que os clubes do velho continente mudaram de ideia e o campeonato se tornou mais interessante.
A verdade é que o dinheiro fala alto – a premiação recorde de US$1 bilhão é incentivo suficiente para qualquer clube do mundo. Claro que essa quantia fará muito mais diferença em países com a moeda mais fraca, mas ainda assim é um bom negócio para qualquer uma das equipes. O Fluminense, por exemplo, foi o clube brasileiro com a maior premiação, tendo arrecadado R$332 milhões.
Mas pelo menos aqui na América do Sul uma coisa é certa: é muito bom viver a emoção de um campeonato como este acontecendo e times como o Fluminense brilhando frente à equipes consolidadas. Nessa hora algumas torcidas até se unem para empurrar times brasileiros, neste caso, menos os flamenguistas. Estes ficaram felizes e aliviados que a piada continua.