SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os brasileiros Luiz Altamir, Fernando Scheffer, Leonardo Santos e Breno Correia surpreenderam o mundo, nesta sexta-feira (14), não só com a conquista do ouro do revezamento 4 x 200 m livre no Mundial de natação em piscina curta (25 m), em Hangzhou (China), mas também batendo o recorde mundial da prova em 6min46s81.
A melhor marca anterior (6min49s04) pertencia à equipe russa e havia sido obtida no Mundial em piscina curta de 2010, em Dubai.
O quarteto era o segundo mais jovem da prova, com média de 21 anos, mais velhos apenas que os russos, com 20.
O primeiro a cair na água foi Luiz Altamir, 22, natural de Roraima. Mais velho do grupo, ele tem passagem por dois tradicionais clubes: Flamengo e Pinheiros (atual).
É o único dos quatro com experiência olímpica (disputou os 400 m livre na Rio-2016) e foi ouro nesta mesma prova no Pan-Americanos de Toronto, em 2015. Já nadando abaixo do recorde mundial, entregou a raia a Fernando Scheffer.
O gaúcho de 20 anos, natural de Canoas, tem o apelido de Monet. Ele quebrou quatro recordes sul-americanos nesta temporada e tem um dos melhores tempos do mundo nos 200 m livre (1min46s12).
Scheffer é um dos favoritos também para a prova individual e fez a troca com Leonardo Santos, 23, que talvez tenha sido a maior surpresa.
Ele entrou na equipe para a final, substituindo Leonardo de Deus, 27, que cedeu sua vaga após as eliminatórias.
O carioca, é considerado o sucessor de Thiago Pereira, que se aposentou em 2017 como o maior medalhista da história dos Jogos Pan-Americanos, com 23 láureas.
Santos entregou a parte final da prova a Breno Correia, 19. Caçula da equipe e uma das principais revelações da natação brasileira, ele é considerado um dos destaques da geração pelo site especializado Best Swimming. Apesar de já colecionar medalhas na carreira, esta foi sua estreia em grandes torneios internacionais na categoria adulta.
Assim como na final do revezamento 4 x 100 m livre, na última terça (11), quando o Brasil ficou com o bronze, o baiano fez o melhor tempo da equipe (1m40s98) e foi fundamental para superar a Rússia por 3 décimos de segundo.
“O Altamir sempre foi meio louco. Falava que seria recorde mundial nosso aqui. Eu falava, pô, esse cara está falando sério?”, brincou Santos.
“Nossa meta é chegar em Tóquio para consolidar nosso nome entre os melhores”, comentou Scheffer.
O resultado surpreende não só pela marca, mas por ter sido uma final extremamente disputada (tanto russos, prata, quanto chineses, bronze, também bateram o antigo recorde) e porque o Brasil se classificou nas eliminatórias apenas com o sexto tempo.
A geração desponta com enorme potencial para o Pan do Peru, em 2019, e como esperança de medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020.
CIELO FICA EM SÉTIMO
Se a sexta-feira (14) foi de comemoração para os jovens, o veterano Cesar Cielo, 31, ficou apenas com a sétima colocação na final dos 50 m livre do Mundial, com tempo de 21s20.
O russo Vladimir Morozov co, que cravou 20s33, conquistou o ouro; a prata foi para Caeleb Dressel (EUA), com 20s51; e o bronze para o sul-africano Bradley Tandy (21s07).
Ouro na prova nos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, Cielo evitou falar em aposentadoria.
“Não vou anunciar nada em relação ao meu futuro na natação. Vou focar no revezamento e tentar ajudar o grupo a conquistar a medalha de ouro”, disse ao canal SporTV, referindo-se ao 4 x 50 m medley, que acontece no sábado (15).
Nos 50 m, Cielo também foi ouro em 2010 (Dubai, piscina curta) e é tricampeão mundial: 2009 em Roma (ITA), 2011 em Xangai (CHN) e 2013 em Barcelona (ESP). Somando os Jogos Pan-Americanos do Rio 2007 e de Guadalajara 2011, a prova já lhe rendeu sete ouros na carreira –são mais dois bronzes e uma prata.
Na última terça-feira (11), ele se tornou o maior medalhista brasileiro na história dos Mundiais em piscina curta com a conquista do bronze no revezamento 4 x 100 m, seu 11º pódio na competição, ultrapassando Gustavo Borges.