Arquivo Bem Paraná/Geraldo Bubniak – Vila Capanema: crise sem fim

O Paraná Clube vai precisar pagar um aluguel mensal à União para usar a Vila Capanema. A Justiça determinou que o imóvel não pertence ao clube, mas sim à União e, por isso, é preciso pagr um valor mensal para utilização. Os valores ainda não são definitivos, mas a proposta inicial do Judiciário é de R$ 210 mil mensais. As informações são do GE.

A quantia é alta para a situação atual do clube, que manteve uma folha salarial de cerca R$ 100 mil mensais para o departamento de futebol no início de 2022.

Além do aluguel, o Paraná precisa pagar uma indenização de R$ 6,3 milhões para a União pelo uso do estádio desde 1971. Anteriormente, o valor era de R$ 12,7 milhões, mas teve um desconto de 50%. O prazo para o clube concordar com os termos propostos pela Justiça acaba em 6 de abril. O acordo proposta tem validade de 15 anos, renovável por mais 15.

A diretoria do Paraná vai tentar reduzir os valores alegando que fez benfeitorias no estádio nos últimos 51 anos. Um dos casos é a reforma em 2006, com o projeto “Vila, tá na hora”, que construiu camarotes e revitalizou o estádio. No último cálculo, de 2020, a Vila Capanema estava avaliada em R$ 53,8 milhões.

A Vila Capanema pertencia à RFFSA (Rede Ferroviária Federal SA). Com a extinção dela em 2007, o terreno virou propriedade da União. Em 2016, o Paraná perdeu a posse definitiva do terreno por uma decisão do Tribunal Regional Federal (TRF-4). O Paraná ainda recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2019, o clube conseguiu a concessão pública por 30 anos, através de uma Medida Provisória (MP) que virou a lei 13.813/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro. Apesar da concessão, o imóvel seguiu como propriedade da União.