Ednaldo Rodrigues: reeleito na CBF
Ednaldo Rodrigues: presidente da CBF (Crédito: Divulgação/Staff Images/CBF)

O presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi envolvido em mais uma polêmica. Segundo reportagem da revista ‘Piauí’, o dirigente quadruplicou os salários dos presidentes das federações estaduais de futebol.

“Os cartolas das federações estaduais, em vez de fiscalizar, também aproveitam a generosidade de Rodrigues. Até 2021, cada presidente de federação ganhava 50 mil reais por mês. Quando assumiu a CBF,
Rodrigues deu belos reajustes nos contracheques da cartolagem, tanto que, hoje, um presidente de federação ganha 215 mil reais, com direito a décimo sexto salário”, diz a revista, em reportagem “Coisas extravagantes: uma radiografia da gestão de Ednaldo Rodrigues na CBF”, assinada pelo jornalista Allan de Abreu.

Rodrigues, de 71 anos, foi reeleito por unanimidade como presidente da CBF no dia 24 de março. Ele recebeu todos os votos das 27 federações e também todos os votos dos 40 clubes das Séries A e B, totalizando 141 votos. Vai assumir o novo mandato em 2026 e ficar no cargo até 2030.

O processo eleitoral chamou atenção porque o ex-atacante Ronaldo pensou em se candidatar e mandou cartas a todos os 27 presidentes de federações estaduais, mas nenhuma o recebeu. Ele precisava de apoio de pelo quatro mandatários. “Não pude apresentar meu projeto, levar minhas ideias e ouvi-las como gostaria. Não houve qualquer abertura para o diálogo”, escreveu Ronaldo. “Se a maioria com o poder de decisão entende que o futebol brasileiro está em boas mãos, pouco importa a minha opinião”.

Histórico

O dirigente baiano assumiu interinamente a CBF em 2021, depois que o então presidente Rogério Caboclo acabou afastado por assediar moral e sexualmente uma funcionária. Elegeu-se presidente em março de 2022. Em dezembro de 2023, foi afastado por irregularidades no processo eleitoral. Em janeiro de 2024, voltou ao posto por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes.

Outros gastos

A reportagem traz outros gastos que estariam na conta de Rodrigues. Ele teria levado parentes à Copa do Mundo de 2022, no Qatar, às custas da CBF. “Ednaldo Rodrigues também espetou na conta da confederação as despesas de sua família – a mulher, a filha, a cunhada, o genro e os dois netos. Todos voaram em primeira classe, usaram o atendimento VIP no aeroporto de Doha, hospedaram-se no Marriot Marquis City e só as despesas extras da mulher do presidente da CBF na hospedagem bateram em 37 mil reais”, diz a matéria.

Juridicamente falando, a CBF é uma associação privada sem fins lucrativos. Por não ser uma empresa privada, não precisa prestar contas para acionistas ou sócios. Também não é um órgão público e também não recebe verba pública, o que não a coloca na fiscalização de um órgão como o Ministério Público ou o Tribunal de Contas da União.

Ednaldo Rodrigues ainda não se posicionou a respeito da matéria. O espaço está aberto.

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