Badminton
Alexandre Siqueira Marcondes do Amaral, o Alê (Crédito: Acerto Pessoal/Alexandre Siqueira Marcondes do Amaral)

Do alto de seus 10 aninhos de idade, ele treina três horas por dia a modalidade que lhe conquistou há quatro anos: o badminton. Alexandre Siqueira Marcondes do Amaral, o Alê, como é conhecido no Clube Fonte São Paulo, onde treina, em Campinas, interior paulista, reúne com orgulho sete medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze, conquistadas em dez etapas de campeonatos estaduais, e mais dois ouros, três pratas e nove bronzes, que levou em campeonatos nacionais.

No próximo dia 10 de maio, ele embarcará para Curitiba rumo à 2ª Etapa Nacional 2024, que acontece de 15 a 19 de maio, onde vai participar em dupla com Davi Assumpção Haigert. Esta Etapa faz parte do Campeonato Brasileiro Interclubes.

Esses resultados são fruto de muito treino e disciplina, que o levam a abdicar, muitas vezes, do lazer e até mesmo do necessário descanso, por exemplo, quando a febre resolve chegar em pleno dia de competição.

Alê começou no badminton aos sete anos e é um apaixonado pela modalidade, com quem passa boa parte de sua infância. O que o atraiu para esse esporte? O excelente desempenho do seu padrinho, que tem importantes conquistas, dentre elas títulos nacionais.

O garoto, que cursa o sexto ano do Ensino Fundamental II, em Campinas, sempre viaja com a mãe, que é dentista e organiza sua agenda para acompanhá-lo. Mas, desta vez, ele viajará sozinho, na companhia de profissionais da Azul Linhas Aéreas, que disponibiliza um tripulante para acompanhar menores, a partir dos sete anos, em viagem sem familiares ou responsáveis.

Como não deixar a peteca cair e conquistar ouros, pratas e bronzes
Os ótimos resultados de Alê como badmintonista vêm de muita dedicação. Com sua raquete e pena, que deve sobrevoar a rede instalada a 1,55m do chão, ele treina diariamente, por três horas, seis dias por semana. Nas segundas e quartas, a peteca rola das 15h às 18h. Nas terças e quintas, das 17h às 20h30. Na sexta-feira, das 14h às 17h. Ufa! E no sábado ele descansa? Só depois do treino das 8h às 11h.

“A gente também faz gelo no sábado e corre 6 km”, conta com sorriso no rosto. Todas essas atividades rolam sob orientação do técnico Rodrigo Ferreira e seu assistente, Gustavo Aquino, ex-badmintonista.

O badminton requer muita concentração e energia. A atenção do atleta é altamente exigida porque a peteca chega a ficar em jogo por 45% do tempo da partida, a uma velocidade que pode chegar a quase 300 km/hora. A cada minuto, os atletas tocam a peteca de 120 a 150 vezes. Essas características fazem do badminton o esporte de raquete mais rápido do mundo.

Daí é possível imaginar o que significam três horas diárias de treino, faça chuva ou faça sol. Se as condições climáticas não interferem na agenda de treinos, até porque eles ocorrem, geralmente, em quadra coberta, fatores como temperatura e pressão influenciam na velocidade da peteca, que pode variar de acordo com a região, a temperatura e a umidade do ar. Só esse esforço já dá a dimensão do comprometimento do Alê e de seus pais, que o apoiam.

Saiba mais sobre a modalidade
A modalidade pode ser praticada de modo simples ou em dupla. O badminton é relativamente novo no Brasil, onde teve início como competição esportiva em 1984. Em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, veio a primeira medalha do Brasil na competição. Os atletas Guilherme Kumasaka e Guilherme Pardo conquistaram o bronze na categoria de dupla masculina.

O badminton nasceu com o nome de Poona, na Índia, onde foi visto por oficiais ingleses que gostaram do jogo e decidiram levá-lo para a Europa. Na década de 1870, uma nova versão do esporte foi jogada na propriedade de Badminton, do Duque de Beaufort’s, no condado de Gloucestershire, na Inglaterra. Daí, “poona” passou a ser chamado badminton.