Ronaldinho Gaúcho
Ronaldinho Gaúcho (Crédito: Divulgação/Manual do Bruxo)

Ronaldinho Gaúcho, Tamires, Júlio César e Luiz Gustavo, craques que já atuaram pela Seleção Brasileira e disputaram a Copa do Mundo, estão promovendo seletivas inovadoras para revelar a próxima geração de jogadores no país. Com métodos alternativos, as escolhas dispõem de plataformas online e aplicativos que utilizam a Inteligência Artificial para descobrir novos talentos.

Responsável por lances mágicos no futebol, Ronaldinho Gaúcho deixou sua marca na história do esporte mundial. Após se aposentar dos gramados, o craque segue transmitindo seu legado por meio do Manual do Bruxo, ecossistema de ensino lançado oficialmente no início de 2025.

Três fases

A seleção de talentos funcionará em três fases. Na primeira, os participantes terão acesso a conteúdos, por meio de vídeo-aulas, que vão desenvolver a criatividade, a ginga e a técnica no futebol. Depois, haverá uma seletiva presencial com todos os matriculados no projeto. E, por fim, a escolha dos talentos pelo Ronaldinho.

Além disso, os alunos terão a oportunidade de aprender com o analista tático Diego Vieira, CEO da Outlier FC e parceiro do projeto, que trabalha atualmente com Endrick, atacante do Real Madrid, Andreas Pereira, do Fulham, Talles Magno, do Corinthians, entre outros jogadores de destaque no cenário nacional e internacional.

Manual do Bruxo

Visando devolver a magia ao futebol mundial, o Manual do Bruxo capacita e desenvolve jovens apaixonados pelo esporte, tendo como base a visão de jogo de Ronaldinho Gaúcho. Apesar de ter sido idealizado no Brasil, o projeto está disponível para o mundo inteiro e alcançou mais de 300 mil inscrições, reunindo diversos fãs e futuros talentos.

“É gratificante vermos o sucesso deste projeto, uma vez que buscamos proporcionar as mesmas chances a todos os jovens atletas. O Manual do Bruxo é um ecossistema de ensino que visa ajudar os alunos a conquistarem os seus sonhos no mundo do futebol com as dicas valiosas de um ídolo da seleção brasileira e do futebol mundial” comenta Leandro Almeida, VP de operações do projeto.

Projeto Estrelas

O projeto “Estrelas”, que possui Tamires, lateral da Seleção Brasileira como embaixadora, seleciona, treina e encaminha para clubes e universidades jogadoras entre 9 e 17 anos que possuem o sonho de construir uma carreira no futebol feminino.

Atualmente, o programa que está na sua terceira temporada e oferece auxílio médico, odontológico, nutricional, entre outros serviços, conta com 120 atletas. O projeto social já beneficiou mais de 3 mil jogadoras e cerca de 78 meninas foram selecionadas por times nacionais e internacionais. Camila Estefano, gerente geral do “Estrelas”, comenta sobre os impactos positivos do programa na vida das jovens.

“Estamos muito orgulhosas com o trabalho realizado e os resultados que tivemos. Durante nossa trajetória, levamos jogadoras para clubes de destaque, como Corinthians, São Paulo e Ferroviária, o que atesta a credibilidade que temos na indústria esportiva. Estamos comprometidas em formar integralmente as meninas, não apenas como atletas, mas como pessoas. Em 2024, iniciamos o trabalho com a categoria sub-10, faixa etária que grande parte dos clubes ainda não trabalham, com objetivo de ampliar as oportunidades das promessas da modalidade”, conclui Camila.

Aplicativo CUJU

Luiz Gustavo, volante do São Paulo, é um dos desenvolvedores do aplicativo CUJU, que também conta com Júlio César, goleiro de três Copas do Mundo, como embaixador. O app utiliza Inteligência Artificial para realizar as avaliações dos jovens atletas, por meio de oito exercícios baseados nos principais fundamentos do futebol.

Após o encaminhamento da performance, a IA mapeia e avalia os movimentos do jogador, colocando-o em determinada posição no ranking. A partir daí, o sistema sugere melhorias para os exercícios, que podem ser repetidos quantas vezes o atleta quiser. Assim, os usuários poderão subir posições conforme o envio de novos materiais.

“O CUJU é movido pela ideia de criar participação, visibilidade, objetividade e condições iguais para todos no futebol. Grandes talentos em potencial são excluídos do processo de análise, mal avaliados ou simplesmente ignorados em todo o mundo. Clubes e olheiros, por outro lado, são cada vez mais forçados a competir por jovens atletas. Os recursos financeiros são distribuídos de forma desigual e é impossível estar em todos os lugares”, ressalta Sven Müller, CMO da ROGON, empresa por trás do aplicativo.

“As soluções de IA não devem substituir olheiros e avaliações humanas. Em vez disso, os processos serão significativamente aprimorados e individualizados. Uma grande quantidade de informações pode ser processada de forma inteligente e entregue precisamente de acordo com as necessidades do clube. O scout do amanhã será inter-regional, eficiente e as decisões serão mais orientadas por dados e mais bem informadas”, complementa o executivo.