O Conselho de OrientaĂ§Ă£o e FiscalizaĂ§Ă£o (COF) da Portuguesa enviou uma nota ao presidente Antonio Carlos Castanheira, em que aponta temor de que a SAF que pretende investir no clube nĂ£o atenda alterações solicitadas no negĂ³cio. Na avaliaĂ§Ă£o do conselho, isso seria prejudicial no longo prazo e representaria incerteza sobre investimentos.

Tanto a Portuguesa quanto a SAF nĂ£o se manifestam oficialmente. Segundo o EstadĂ£o apurou, porĂ©m, ambos entendem que os apontamentos seriam negociados e atendidos ao fechar o negĂ³cio.

Conforme o COF, os pedidos sobre o projeto da SAF foram aprovados junto da prĂ³pria proposta no Conselho Deliberativo. Ainda que a reuniĂ£o tenha resultado em aclamaĂ§Ă£o, a aprovaĂ§Ă£o seria “com ressalvas”, por causa destas observações feitas pelo Ă³rgĂ£o.

Da mesma forma, Ă© previsto que os sĂ³cios possam votar em “aprovar com ressalvas” em assembleia marcada para a prĂ³xima terça-feira, das 9h Ă s 12h, no CanindĂ©. As demandas, entĂ£o, seriam negociadas.

A nota do COF aponta que nĂ£o estĂ¡ assegurado o aporte inicial de R$ 12 milhões para o departamento de futebol, podendo ir para outro setor.

O texto tambĂ©m cita que os R$ 18 milhões prometidos seriam liberados somente apĂ³s a definiĂ§Ă£o de recuperaĂ§Ă£o judicial. Esse processo, porĂ©m, pode demorar 12 meses, por a Portuguesa jĂ¡ ter descumprido um acordo anterior.

Outro ponto Ă© que a proposta cita um “aporte no valor de atĂ© R$ 120 milhões”. Segundo o COF, isso nĂ£o garante “certeza do investimento na sua totalidade”.

A nota Ă© concluĂ­da com a afirmaĂ§Ă£o de que quem desrespeitar o Estatuto Social e Regimentos Internos ou agir fora da autoridade que tem poderĂ¡ responder por prejuĂ­zos causados Ă  Portuguesa.

A SAF prevĂª R$ 1,2 bilhĂ£o em aportes ao clube. Do total desse valor, R$ 263 milhões serĂ£o aplicados diretamente no futebol, diluĂ­dos em cinco anos. Somente para 2025, serĂ¡ R$ 30 milhões. A proposta Ă© que o grupo composto por TauĂ¡, Reeve e XP detenha 80% das ações da SAF. A primeira cuidaria do futebol, a segunda do estĂ¡dio do CanindĂ© e a terceira seria financiadora do negĂ³cio.

As empresas assumiriam as dĂ­vidas da Portuguesa, estimadas em R$ 450 milhões. Entretanto, a atual gestĂ£o avalia que Ă© possĂ­vel quitar em R$ 250 milhões.

Ainda em 2025, os R$ 263 milhões seriam divididos da seguinte forma: R$ 44 milhões para o futebol de base, R$ 50 milhões para compras de jogadores, R$ 18 milhões para o CT, R$ 7 milhões para a equipe feminina e R$ 144 milhões para a folha salarial de cinco anos.