Torcida da Ponte faz festa antes de jogo, mas sai frustrada com resultado

Folhapress

ALEX SABINO E EDUARDO RODRIGUES
CAMPINAS, SP (FOLHAPRESS) – A festa da torcida da Ponte Preta antes do confronto contra o Corinthians neste domingo (30) terminou em tristeza e confusão após o apito final do árbitro.
Os 17.322 presentes no Moisés Lucarelli chegaram ao estádio confiantes em um bom resultado. O time avançou à final do Campeonato Paulista após eliminar o Santos, nas quartas de final, e o Palmeiras, na semifinal.
Bandeiras, sinalizadores e tambores ditavam o ritmo da celebração nas ruas de Campinas minutos antes do duelo começar. Nas arquibancadas, os pontepretanos seguiam um animador do clube do interior que contagiava o ambiente com músicas e danças.
A entrada do time em campo foi sob fogos de artifício e fumaças coloridas. Um cenário ideal para empurrar a equipe durante os 90 minutos.
Mas foi só Raphael Claus autorizar o início do primeiro jogo da final do Paulista que a tensão tomou conta das pessoas.
Logo aos 13 min do primeiro tempo, Rodriguinho abriu o placar para o Corinthians. Os donos da casa sentiram o golpe e imediatamente se calaram. Já os corintianos, que também lotaram a área destinada a eles, se sobressaíram.
Sem conseguir chegar ao gol de Cássio, o time da Ponte pouco empolgou seus fãs. Com um futebol modesto, a celebração nas arquibancadas tornou-se ainda mais modesta.
“É um sentimento de tristeza total. Não faltou entrega, o time jogou com raça. Mas faltou cabeça e técnica”, disse o torcedor Samir Salim, 54, empresário.
“Quando o goleiro Aranha foi vazado pela segunda vez,objetos foram arremessados dentro do campo em direção aos jogadores do Corinthians. O árbitro entregou um chinelo nas mãos do delegado da partida.
A decepção tornou-se completa no terceiro gol corintiano. Alguns torcedores, inclusive, discutiram nas arquibancadas e a Polícia Militar teve que intervir.
Mesmo desapontados com o resultado desfavorável que obriga o time a vencer por pelo menos três gols, os pontepretanos não vaiaram os atletas, que saíram de campo com o canto que empurrou o time até a final do Estadual: “Ponte, macaca querida, amor da minha vida”.
“Na minha cabeça a Ponte ainda está a um jogo do título. No começo do campeonato ninguém acreditava na gente”, completou Salim.
Alguns mais exaltados entraram em confronto com policiais na saída do estádio. A PM usou bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os torcedores. Não houve relato de feridos.
“Tenho certeza que nossa torcida vai lotar o espaço destinado a ela no próximo domingo. Não acabou”, disse, ainda esperançoso, mas com a voz abatida, o técnico Gilson Kleina.