
Está no ar o segundo episódio do Podcast “E aí, Curitiba?” com Paulo Biscaia Filho, que se autointitula Sangüinario Bucaneiro Intergalático. Biscaia é diretor, cineasta, professor. Formado em artes cênicas pela PUC-PR, com mestrado em artes pela Royal Holloway University de Londres, é o mentor e criador da produtora de teatro e cinema curitibana Vigor Mortis, desde 1997, que se propõe a ser uma versão brasileira do teatro francês Grand Guignol, com temas ligados ao horror e violência gráfica. Para os apresentadores Bárbara e Rodrigo Browne, ele falou sobre teatro, cinema, sangue, as reações do público, o Centro de Curitiba e muito mais.
Cinema ou Teatro?
Biscaia estreou no cinema dirigindo a versão de uma de suas peças mais conhecidas, Morgue Story – Sangue, baiacu e quadrinhos (2009). Entrea as mais de 30 montagens de teatro estão também a Graphic (2006), Manson Superstar (2009) e Marlon Brando, Whiskey, Zumbis e Outros Apocalipses (2013) entre outras. A companhia já se apresentou em festivais nacionais e internacionais e conquistou mais de duas dezenas de prêmios. Nervo Craniano Zero (2012), recebeu prêmio de Melhor Filme em Montevideo, e San Francisco, além do prêmio de Melhor Diretor no New Orleans Horror Film Festival. Os apresentadores do Podcast “E aí, Curitiba?” questionaram se Biscaia prefere cinema ou teatro: “Se você tivesse me perguntando isso há dois ou três anos, eu diria não me peça para escolher. Hoje eu escolho cinema. Não que eu tenho decepção, mas teatro é para jovens. Fizemos um trabalho ano passado em Curitiba muito legal: o Circo de Curiosidades do Dr. Lao, minha primeira peça de rua. Foi incrível, mas muito desgastante fisicamente. Eu tenho um amor pelo set, onde posso dizer volta e corta, posso construir essa história na ilha de edição e posso compartilhar essa história com o mundo. Hoje a maior parte do os projetos está para audiovisual. Mas não digo que nunca mais farei teatro, aliás, temos algumas propostas”.
O horror e a violência de todas as formas e desmaios
As obras da Vigor Mortis são todas dos temas horror e violência gráfica, e muito sangue, mas muito sangue. E isso rende as reações mais diversas no público: “Muitas vezes o público não aplaude, porque realmente não tem como aplaudir e não significa que gostou. Como ver uma cena de uma mulher grávida assassinada por um louco e aplaudir. Nós já experimentamos o horror de várias formas, de maneira séria, divertida, e esse é nosso caminho. Teve gente que já desmaiou por causa da quantidade de sangue em cena”.
Morgue Story
“A peça Morgue Story foi um mais que um divisora de águas, foi uma injeção para voltar dos mortos. Eu tinha feito uma peça anos antes que foi um fracasso e cheguei a largar o teatro. Era anos 90, comecei a estudar as ferramentas do audiovisual e montamos a peça”, contou Biscaia. A peça foi um sucesso no teatro e depois virou filme.
40 anos do Bem Paraná
O Estúdio Bem Paraná e o Podcast “E aí, Curitiba?” fazem parte das comemorações pelos 40 anos do Bem Paraná. Veja também o primeiro episódio da primeira temporada, com Beto Madalosso AQUI.
Ficha técnica
Coordenação: Josianne Ritz
Apresentação: Bárbara e Rodrigo Browne
Operação: Franklin de Freitas e Luísa Mainardes
Edição: Felipe Ribas