Os irmãos Karla e Vladimir Kozák foram duas personalidades de inegável sensibilidade artística. “Suas obras merecem ser vistas, analisadas e comentadas não somente pela qualidade artística, como também documental”. A afirmação é de peso: vem de um dos pioneiros na arqueologia local, Oldemar Blasi. A exposição “Povos Indígenas e Paisagens na Arte dos Irmãos Kozák” traz 30 trabalhos dos dois artistas em pinturas a óleo e aquarelas de flores, grupos indígenas e paisagens paranaenses – especialmente da Serra do Mar.
Confira a programação.
Nascidos na Tchecoslováquia, em fins do século XIX, os irmãos Kozák receberam as primeiras noções de desenho, pintura e modelagem na comunidade de Bystrice pod Hostynem. Ambos revelaram afinidades para as técnicas do aquarelismo e pastel. Vladimir também fez trabalhos em acrílica, óleo além de esculturas.
Pouco se sabe sobre a produção artística de Karla na Europa. Os seus trabalhos mais recentes começaram a ser conhecidos somente em meados do século passado, quando a artista pisa em terras brasileiras. Vladimir já habitava no país desde 1928, residindo na capital paranaense. A flora exuberante – salpicada de belas e vistosas flores, como orquídeas, bromélias e parasitas – foi certamente fonte de inspiração de Karla. Na exposição podem ser conferidas a finura e a perfeição dos traços, a fidelidade das cores e a correta reprodução física de diferentes flores.
Embora tenha tentado se manifestar artisticamente por meio da aquarela, Vladimir destacou-se no desenho, na pintura a óleo e acrílica. Diferentemente da irmã, direcionou os temas das obras para a plumária, embora a temática humana esteja presente de maneira enfática nos quadros que retratam grupos indígenas – flagrados em inúmeras de suas excursões ao interior do Brasil. Além disso, o artista mostrou-se um hábil e atento fotógrafo e cinegrafista.