As gravuras doadas e que estarão em exposição compõem o projeto “Caos Aparente”, realizado por Marcio Périgo em 1990, com patrocínio da Fundação Vitae. No total foram feitas quatro tiragens. Outras três foram doadas ao Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, à Pinacoteca do Estado de São Paulo e ao Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.
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As obras passam a integrar o valioso acervo do Museu da Gravura Cidade de Curitiba, que conta com quase 3 mil peças referenciais da arte moderna e contemporânea como as de Picasso, Louise Bourgeois, Joel Shapiro, Brice Marden, Andy Warhol e Kiki Smith, ao lado de produções de expressivos artistas brasileiros e paranaenses como Oswaldo Goeldi, Tomie Ohtake, Lívio Abramo, Cildo Meireles, Poty Lazzarotto, Uiara Bartira e Fernando Calderari, entre muitos outros.
A diretora de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba, Christine Vianna Baptista, diz que Marcio Périgo é um gravador exímio.”É um artista que constrói seu trabalho singular, ao mesmo tempo luminoso e sombrio, na fronteira entre a figura e a abstração”. Christine destaca, ainda, a coleção doada à Fundação Cultural. “Características da maturidade de sua linguagem artística, as imagens da série Caos Aparente surgem no papel como uma epifania, um momento em que o gesto do artista traz à luz, entre as sombras do espaço e do indistinto, as alvas lembranças de objetos e seres com as quais, numa tênue narrativa, nós, abismados, deixamos nosso olhar ser capturado, imerso, entre a memória e o sonho”.
Elaboradas na técnica de gravura em metal, entre 1972 e 1989, as gravuras de Marcio Périgo são em pequenas dimensões e instigam a curiosidade do expectador. “Ao aproximar-se de cada um dos trabalhos, o espaço minúsculo da obra espantosamente se desdobra, e paradoxalmente se abre ali um lugar que antes não havia, ampliado pelo nosso olhar que intensifica os contrastes, descobre pormenores e encontra um mundo todo lá dentro”, descreve a curadora da exposição Nilza Procopiak.
Marcio Périgo é graduado em Comunicação Visual pela Fundação Armando Álvares Penteado e mestre em Artes pela Universidade Estadual de Campinas, com a tese intitulada “A Matéria da Sombra” (2001). Um dos mais renomados gravadores brasileiros, Marcio possui um extenso currículo de participação em exposições individuais e coletivas. Atualmente é professor de Práticas de Oficina e Gravura no Instituto de Artes da Unicamp e na Universidade Presbiteriana Mackenzie, na capital paulista.