A Casa João Turin, onde fica exposto o acervo do famoso escultor paranaense de mesmo nome, receberá obras inéditas. Esculturas de artistas do estado serão fundidas em bronze, que terão como base matrizes originais feitas em gesso. A informação foi dada pela família Lago, nova proprietária do acervo, adquirido recentemente de Jiomar José Turin, sobrinho do artista e herdeiro universal das obras.
O acervo é composto por mais de 360 peças em gesso, 176 pinturas, fotos, cartas, estudos, e esboços. Este ano foi tombado como Patrimônio Histórico do Estado. Está sob a guarda da Secretaria de Cultura do Paraná (SEEC) e fica em exposição na Casa João Turin.
Os atuais proprietários do acervo pretendem manter parceria com a Secretaria de Cultura. O acervo não será retirado da Casa e continuará aos cuidados da Secretaria da Cultura, que vem fazendo um excelente trabalho na manutenção das peças. Assumimos um compromisso com a família de preservar a unidade do acervo e nossa intenção é que o público continue tendo acesso às obras deste grande artista paranaense, explica Samuel Lago.
As matrizes inéditas, que estão na Casa João Turin, serão primeiramente levadas para um acervo técnico seguro construído pelos novos donos, onde serão manuseadas por uma equipe de museólogos, artistas plásticos, restauradores e especialistas em fundição, que usarão as técnicas mais avançadas da área para garantir os melhores resultados no processo de confecção das peças. Uma comissão formada por técnicos da SEEC acompanhará os trabalhos de retirada das obras da Casa.
Apenas algumas das peças confeccionadas serão disponibilizadas para comercialização. O governo do Estado do Paraná receberá por doação uma cópia de cada escultura a ser fundida em bronze, para integrar o acervo do artista na Casa João Turin, ficando exposta ao público visitante.
João Turin é considerado o precursor da escultura no Paraná, nasceu em Porto de Cima, município de Morretes. O artista iniciou seus estudos na Escola de Artes e Ofícios de Antônio Mariano de Lima em Curitiba, onde foi aluno e professor. Aos 27 anos com auxílio do Estado, seguiu para a Bélgica e especializou-se em escultura na Real Academia de Belas Artes de Bruxelas, sob os ensinamentos do reconhecido mestre da estatuária, o belga Charles Van der Stappen.
Por merecimento curricular, Turin conquistou como prêmio um ateliê, carvão para aquecimento e modelo vivo. Dos diversos trabalhos realizados na academia, destaca-se a obra “Exílio”.
Quando retornou ao Brasil, em novembro de 1922, expôs no Rio de Janeiro sua escultura de Tiradentes, trabalho executado em Paris, que recebeu boas referências na imprensa francesa. João Turin morreu em Curitiba, no dia 9 de julho de 1949, aos 70 anos.