A diversidade na maneira de dispor formas e acabamentos que carregam um pouco da tradição cultural e alimentar da cerâmica cabocla do litoral do Paraná pode ser vista na mostra Cerâmica cabocla do litoral do Paraná.

Fique por dentro da programação da mostra.

A exposição, que faz parte das atividades paralelas do 2º Salão Nacional de Cerâmica, apresenta 38 peças diferentes, na sua maior parte com função utilitária como gamelas, moringas, jarros e panelas de diferentes tamanhos.

Difundida na produção de frigideiras e panelas, a Cerâmica Cabocla possui muitas semelhanças da cerâmica Tupiguarani, principalmente no que se refere ao acabamento. O fazer cerâmico era sempre condicionado às fases da lua, que têm influência sobre a argila reconhecida pela grande maioria dos ceramistas populares.

Com forte ligação à tradição alimentar, a cerâmica cabocla do litoral do Paraná produziu utilitários como moringas (garrafões), bilhas (vasilhas) e potes que serviam para guardar água, panelas de uma ou duas asas para cozinhar feijão, arroz, milho, frigideira para o peixe, torradeira para o café e cuscuzeiro casado com a panela para ferver água.

A Cerâmica Cabocla no Litoral do Paraná vem de lugares como Morretes, onde o nome de destaque é o de “Seo” Manoel de Souza, ceramista localizado na beira da estrada, com produção de potes e vasos. Em Antonina, os principais nomes da cerâmica são Dona Dolores, “Seo” Cláudio Costa e Dona Iza Maria Azim.

O principal nicho da cerâmica cabocla na década de 60 se situava em Medeiros, na baia das Laranjeiras, município de Guaraqueçaba. Desta localidade surgiram nomes das artesãs Dona Maria Gonçalves e Dona Senhorinha Romão da Costa. Esta última, considerada já na época “chefe”, em função da grande quantidade de louça produzida e da tradição de quatro gerações no fabrico de cerâmica. Hoje, Senhorinha é referência de informação e pesquisa em cerâmica no sul do país.