Em cartaz no Espaço Cultural BRDE, com a mostra Desconstrução, o artista plástico curitibano André Mendes faz neste sábado uma bate-papo sobre suas criações, no local. A ideia é tratar sobre o desdobramento do desenho e da pintura e as possibilidades que estes “permeiam”. No Palacete dos Leões, estão desenhos, pinturas em acrílica sobre tela, em pequenos e grandes formatos, além de monotipias.
O uso de cores fortes e traços grossos bem definidos é uma marca de Mendes, que faz parte de um dos mais importante coletivos de artes visuais do Brasil, o curitibano Interlux. Seus integrantes promovem intervenções pela cidade, provocando os transeuntes a interagir e, não raras vezes, a refletir sobre situações da urbanidade. No momento, o grupo está em preparação para a Bienal VentoSul de Artes Plásticas, que acontece de agosto a outubro (www.bienal ventosul.com.br)
Mendes, formado em Design Gráfico, diz que tem se dedicado à aprimoração do uso da cor em criações figurativas. “Desenho desde sempre e minha formação acadêmica abriu um campo que me levou a especialização na Espanha. Quando entrei na faculdade, em 2002, já trabalhava em grandes paineis”. O encontro com o Interlux, diz, foi depois de ter voltado da Espanha, por volta de 2006. Parte do grupo, propriamente, ele passou a fazer em 2007. “Havia muitas afinidades com os integrantes do Interlux e acabamos ficando amigos, o que levou, muito naturalmente, ao trabalho em conjunto”, comenta. “As intervenções feitas pela cidade, a interação com o espaço público; isso de estar vivendo a cidade e, não só participando de sua vida, mas acrescentando, é algo que o Interlux tem de sobra e me interessa”, complementa. O que começou como algo de amigo, hoje em dia tem um cunho mais “profissional”. “Estávamos em um formato bem aberto e hoje está cada vez mais sério”.
Mendes deve participar da intervenção que o Interlux fará no Passeio Público durante a Bienal VentoSul. Por conta da participação neste evento, o grupo teve seu trabalho conhecido pelo crítico Castro Flores, que fez a seleção dos curitibanos para Bienal, e acabou convidado por ele para um evento na Espanha.
Mendes acredita que bienais são eventos que proporcionaram uma boa oportunidade para mostrar trabalhos contemporâneos, principalmente por “desenvolverem projetos com orçamentos legais e apoio estrutural”. “Mas, o mais interessante é a reunião de artistas de vários lugares, que vão discutir seus trabalhos, colocando coisas novas. Receber muitas pessoas de fora de uma vez traz uma vida, um comsbutível forte para a cidade. Uma eferevescência que cria e dá ritmo”, diz.
Serviço
Desconstrução. Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões (Av. João Gualberto, 570). Até 19/06.
De segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30
Bate-papo: dia 13 às 11 horas.