Curitiba é a primeira cidade brasileira a receber a exposição, com cerca de 350 obras, do casal alemão Anni (1899-1994) e Josef Albers (1888-1976), do acervo da fundação americana que leva o nome dos artistas. A mostra exibe trabalhos que evidenciam a forte influência da arte e da cultura latina na produção dos Albers. As viagens, entre 1934 e 1967, ao Peru, Chile, Cuba e, por quatorze vezes, ao México resultaram em uma produção moderna pioneira.

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Formada pela Escola Bauhaus de Design, desenhista, tecelã e escritora, Anni registrou em textos detalhados o que via, pesquisava e aprendia nas viagens. O conhecimento acumulado deu a Anni novos elementos para suas pesquisas e descobertas em estampas têxteis, aquarelas e ornamentos femininos, como colares. Em 1965 publicou On Weaving (Na Tecelagem), livro que tornou-se uma referência modernista, com uma famosa dedicatória aos “(…) grandes professores, os tecelões do Peru antigo”. “(…) Para Anni e Josef Albers, sua fé na capacidade da arte em permear todas as áreas da vida levou a dois estilos artísticos distintos, cujo significado tornou-se cada vez mais claro com o passar do tempo. Anni pode ser considerada uma das artistas têxteis, cujos designs persistentemente transcenderam os limites da esfera à qual se aplicavam, mais importantes do século XX. Ela abriu o meio têxtil para um conceito pictórico autônomo e totalmente próprio das artes (…)”, ressaltou o diretor do Josef Albers Museum,  Quadrat Bottrop.

Josef dedicou-se, especialmente, à pintura e ao desenho, em trabalhos que denotam sua intensa experiência no estudo de planos e cores. Bottrop concluiu que “a realização artística de Josef, à parte de suas realizações como pedagogo (na Bauhaus) e teórico da cor, é hoje incontestável: sua eminente carreira como pintor, culminando com a grande série Homenagem ao Quadrado. Essa série encontra-se fora de todos os conceitos de arte construtiva, e também não ilustra uma teoria. Mais que isso, trata-se de uma análise e celebração genuína da cor (…)”.