A artista plástica Denise Abujamra abre a mostra “Ciclo” em Curitiba. Ela vai apresentar ao público oito trabalhos, divididos entre instalação, escultura, fotografia e gravura feitos a partir de objetos do cotidiano que buscam uma analogia ao ser. Para a artista os estudos sobre a filosofia de Kant, Heiddegger e Merleau Ponty a influenciaram na busca dos processos, transformando-se numa experiência concreta em que se baseiam suas obras.
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“Tornar-se lixo… ou obra de arte”. Para Denise esta frase define seu processo artístico. “Nada se transforma sem trabalho, sem limpeza, sem misturas. O ciclo vai além do estabelecido. Na reciclagem interna vamos além da resolução dos nossos conflitos. Como uma lata limpa e amassada pode ir além de ser simplesmente isso”, considera. Na sua primeira individual, ela mostra esta busca abrindo e fechando questões como um ciclo permanente que é a própria vida.
Formada em psicologia, a artista Denise Abujamra diz que as analogias fazem parte do seu cotidiano. “Vivo fazendo essas analogias com maior ou menor consciência, afinal nem tudo passa pelo plano consciente, e daí apelidamos essas coisas de intuição. Esta mostra veio plasticamente de forma intuitiva e pronta, mas está sendo trabalhada internamente como ‘busca do ser’ há muito tempo”, afirma.
Para ela essa isso fica mais evidente com o uso de uma analogia com latinhas que consumimos todos os dias. “Que poderá ser multiplicada em cada pessoa que a ver, como as pequenas emoções que nos invadem. Reciclar emoções , depurar, fazer delas um processo. Esta é uma das possíveis definições da mostra”, finaliza.