A exposição “Entre as gentes Antropófagas – Hans Staden e o primeiro livro sobre o Brasil 1557 – 2007”, exibida em Wolfhagen e Korbach/Hesse, na Alemanha, chega em Curitiba.
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Promovida pelo Instituto Martius-Staden, em parceria com o Clube Concórdia, a mostra descreve a trajetória que o primeiro relato sobre o Brasil, o livro escrito pelo alemão Hans Staden, percorreu a partir de 1557, quando foi publicado. A obra tornou-se um best-seller na Europa, e ganhou várias edições ao longo dos últimos 450 anos. Serão expostas edições raras, a primeira tradução para o português com as xilogravuras que ilustram as publicações iniciais.
Durante a mostra, pinturas de José De Quadros inspiradas no livro de Staden também estarão expostas. São pinturas que retratam a época dos índios antropófagos: lanças, jarras, ossos, facas e pessoas nuas são os pré-requisitos das peças. Em vermelho escuro que lembra sangue ou terra nova, os elementos pintados parecem sem chão, sem sombra, quase sem fundo, em cima de um branco como se fosse um espaço indefinido.
A história do pioneiro
Muito jovem, Hans Staden deixou a Alemanha em direção ao Novo Mundo, mas já em 1554 foi feito prisioneiro pelos índios Tupinambás em Bertioga. Staden conseguiu escapar do ritual antropofágico e, depois de 9 meses de cativeiro, voltou para a Europa. Em Wolfhagen, na Alemanha, Hans Staden começou o relato da viagem. O sucesso do livro foi imediato, após ser lançado, duas novas reimpressões foram feitas no mesmo ano, além de ter sido traduzido para o Latim e Neerlandês e outros idiomas. Adaptações do livro foram feitas, uma bastante popular foi realizada por Monteiro Lobato: Aventuras de Hans Staden (1927).
O Instituto Martius-Staden
Fundado em 1916, como uma associação de professores do Colégio Alemão, o Instituto Martius-Staden nasceu com o propósito de oferecer cursos de alemão aos brasileiros e de português aos alemães que chegavam ao Brasil. Em 1935 passou a se chamar “Associação Hans Staden”, sendo posteriormente transformada em sociedade para, em seguida, assumir o arquivo da história da colônia alemã em São Paulo.
A partir deste material, composto de documentos, artigos de jornais e um catálogo de mais de 100 mil fichas, foi criado um arquivo. Hoje são mais de 40 mil livros sobre a imigração alemã, artes, literatura, história e filosofia.
Atualmente, o Instituto Martius-Staden de Ciências, Letras, e Intercâmbio Cultural Brasileiro-Alemão é uma entidade sem fins lucrativos e tornou-se um dos grandes centros de estudo para assuntos ligados à imigração, assim como literatura, história e cultura da Alemanha.