Os elementos e aspectos da cultura musical de dois países vizinhos estão representados em fotografias na mostra Quilombo! Tango e Samba, do artista plástico e fotógrafo brasileiro Marcos Pereira e do documentarista argentino Pablo D. Contreras. Serão apresentadas trinta imagens que revelam a alma popular e o espírito da dança dos dois estilos de música, “canonizados” como típicos da Argentina e do Brasil.

Fique por dentro da programação da mostra.

A mostra, parceria da Secretaria com o Consulado da Argentina em Curitiba, foi construída a partir de dois ângulos de visão, duas linguagens fotográficas buscando a integração entre os dois países.

O artista plástico Marcos Pereira explica que, apesar de tão diferentes hoje, o tango e o samba têm a mesma origem. “A integração entre eles já existe por si só, pois nasceram do Candomblé, da cultura negra. O tango veio do Rio da Plata, onde os escravos desembarcavam dos navios negreiros”.

Segundo ele, o tango e o samba são diferentes hoje pois os ritmos evoluíram. “Foram os dois últimos ritmos da humanidade que passaram do primitivo para o clássico. Mas eram tão parecidos em 1890 que chegavam a se confundir. No período entre 1870 a 1900, o tango fez sucesso na Europa e voltou remodelado a América do Sul. Só então passa a ser cultuado”.

O fotógrafo revela ainda uma coincidência: Em 1917 foi gravado o primeiro samba no Brasil, chamado “Pelo Telefone”, e também o primeiro tango, “Mis Noites Tristes”.

As fotografias de Pereira e Pablo estão atreladas a movimentos migratórios, seja pela força dos escravos africanos, seja pela busca de melhores condições de vida na América, no caso dos imigrantes europeus. Desta forma, buscava-se por meio da música e da dança, aliviar a tristeza pelo abandono da terra de origem.