Exposição “John Graz” inaugura no MON em Curitiba

Mostra reúne cerca de 180 peças inéditas de um dos mais influentes artistas plásticos

Redação Bem Paraná

A partir do dia 9 de dezembro os curitibanos poderão conferir uma exposição inédita no Museu Oscar Niemeyer (MON), que reunirá cerca de 180 peças de um dos mais influentes profissionais das artes plásticas, designer e arquitetura do século XX, John Graz (1891-1980). Com o título John Graz, a mostra tem o objetivo de apresentar a visão do artista sobre a terra que escolheu para viver.

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John Graz nasceu em Genebra na Suíça e ingressou em 1911 na Escola de Belas Artes, atual Haute École d´Art et Design. Depois de trabalhar com a produção de cartazes publicitários e vencer vários concursos, chegou ao Brasil em 1920 trazendo suas influências das vanguardas européias, e aqui permaneceu, absorvendo a cultura do seu novo país. Por isso, a exposição possui a temática brasileira e seus diferentes estilos em que foram produzidos.

O destaque fica por conta das obras criadas pelo artista durante os vários anos em que viveu no Brasil. O público terá contato com estudos, cadernos de viagem e esboços, por meio de desenhos modernistas do artista. Cenas da arquitetura brasileira, viagens, festas e paisagens, flora e fauna,  o homem e o trabalho. O Brasil de John Graz traz uma diversidade de técnicas e temas relacionados à visão modernista de um país tropical.

Com curadoria compartilhada entre a arquiteta e produtora cultural Consuelo Cornelsen, da Planeta Brasil, o curador e especialista em John Graz, Sérgio Pizoli e o pesquisador e colecionador de mobiliário Sérgio Campos, a exposição irá fundo nas obras do mestre moderno, reunindo significativas peças, que vão desde pinturas, como a Chegada ao Brasil, Bandeirante, Menino com Caranguejos, Un miau tout simple, Medaillé, entre outras, além das peças de mobiliário moderno como cadeiras, poltronas e sofás.

Para Pizoli, Graz fez do desenho artístico uma atividade permanente, elaborando séries de estudos que, muitas vezes, não chegaram a ser executados em tela ou mural, mas têm o requinte formal de obra acabada. Seu trabalho plástico retoma o desenho clássico, incorpora a iconografia brasileira, assume e difunde as influências modernistas, diz.

Outro traço marcante no trabalho de John Graz é a sua relação com o movimento. As personagens de suas pinturas e desenhos estão sempre realizando alguma ação, por exemplo, os índios caçam, os cavalos galopam, os homens guerreiam, navegam ou simplesmente agem.

Já de acordo com Campos, o artista procurou, dentro do espírito moderno, integrar as diversas manifestações da arte em seus projetos, e ficou conhecido como arquiteto de interiores, criador de móveis futuristas e introdutor do estilo art déco no Brasil. Na verdade, John Graz é muito maior que qualquer uma dessas definições, explica, já que o artista conseguiu unir arte, arquitetura e design em uma única linguagem plástica.

Consuelo complementa que o sensível artista John Graz adquiriu uma multiplicidade de talentos. Ele pinta a realidade com uma essência emotiva, cenas que ele retrata a partir de seu interior. Desenhava como se escrevesse um poema, ao qual poderia ser lido em cada traço, diz.

A exposição permanece no MON até o dia 3 de abril de 2011 na sala Guignard.

Sobre John Graz

Suíço radicado no Brasil desde 1920 traz para o cenário das artes brasileiras as influências renovadoras dos movimentos europeus do século XX. Após sua formação artística na Escola de Belas Artes de Genebra, onde cursou Arquitetura, Decoração e Desenho, viaja para Espanha. Suas obras lá produzidas impressionam Oswald de Andrade que o convida a participar da Semana de Arte Moderna 1922, ao lado de nomes como Anitta Malfatti, Di Cavalcanti e Vicente do Rego Monteiro. É um dos fundadores da Sociedade Pró Arte Moderna (SPAM) e participa do Clube dos Artistas Modernos (CAM). Em 1925, inicia suas atividades como arquiteto e designer de interiores, dedicando-se por quase quarenta anos a este segmento profissional.

Faleceu em 1980, aos 89 anos, deixando um acervo, ainda hoje inédito, com desenhos, estudos, plantas baixas, cadernos de viagem e de anotações, aos cuidados de Annie Graz, sua segunda esposa. Este acervo encontra-se, atualmente, sob a guarda do recém-fundado Instituto John Graz, presidido por Annie Graz. Mais informações pelo site www.institutojohngraz.org.br.

Serviço
Quando: De 9 de novembro a 3 de abril de 2011.
Onde: MON – Museu Oscar Niemeyer (Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico, Curitiba)
Horário de atendimento: De terça-feira a domingo das 10h às 18h.
Ingressos: R$ 4 (inteira) e R$ 2 (estudantes identificados). Compra de ingresso até 17h30.
Informações ao público: (41) 3350-4400