A expressão e visão de mundo de dois jovens artistas plásticos são a matéria-prima da exposição Volúvel. O curitibano Rimon Guimarães e o paulistano P. Jota têm 20 anos. Colocaram no papel, na tela, em objetos e paredes o reflexo da contemporaneidade do tempo e do ambiente em que estão inseridos. Para eles, esta época é saturada de informação, caos e instabilidade. O resultado dessa inquietação se traduz em 50 obras, divididas em desenhos, afrescos, instalações e objetos.

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Rimon e P. Jota foram selecionados pelo Edital Artistas Contemporâneos, promovido pelo MAC, no ano passado. O projeto ganhador foi o primeiro passo para a construção da mostra. “A exposição é uma grande instalação ambientada na Sala Theodoro de Bona, no MAC.”, conta P. Jota. “Unimos as produções individuais, que tem semelhanças e pontos em comum, com trabalhos criados por nós dois. A fusão delas é Volúvel, um fluxo tortuoso”, completa.

A área de exposição ganhou referências da arte de rua. “Sigo a linha da simplificação. Na rua, a informação visual precisa ser rápida e de fácil compreensão para quem passa. A pessoa deve estar preparada para a leitura da obra”, explica Guimarães. Segundo P. Jota, agradar os olhos e decorar paredes não é a finalidade da criação visual. “A arte tem o poder de disseminar a energia das conquistas, das verdades e batalhas a que somos expostos”, sugere.

Sinceridade da criação – O que pode ser feio para alguns, é sinônimo de verdade para P. Jota. Desde que começou a pintar, ele se interessa por muros com bolores, descascados e queimados. “Lugares abandonados prestes a serem demolidos ainda me fascinam. Por isso, mostro a realidade em minhas pinturas, sem mascará-la com sensações agradáveis”, conta o artista.

Já Guimarães pondera que seu trabalho pode ser sujo e marcado ou limpo e vetorial. “Depende do que quero questionar. Mas a estética da obra estará sempre relacionada ao conceito dela”.