O Solar do Barão, que sedia o Museu da Gravura e o Museu da Fotografia, apresenta cinco novas exposições, com abertura marcada para esta quarta-feira (28), às 19h. O público terá a oportunidade de conferir diversas linguagens das artes plásticas, expressas em suportes variados e que revelam o talento de renomados artistas. A entrada é franca e o período de visitação estende-se até o dia 21 de fevereiro de 2010.
Nos espaços do Museu da Gravura estão as seguintes mostras: “O Corpo na Cidade – Performance em Curitiba”, com curadoria de Paulo Reis e que também ocupa o Centro de Documentação e Pesquisa Guido Viaro; “Defórmicas” e “Pra Que”, da artista Eliane Prolik; e “30 Anos na Fundação Cultural de Curitiba”, da gravadora Denise Roman. As salas do Museu da Fotografia abrigam as mostras “Formas e Arquitetura” e “Preservação da Natureza – O Desafio Contemporâneo”, com curadoria de Nilza Procopiak e que reúne fotografias pertencentes ao acervo municipal.
Ações performáticas
A exposição “Corpo na cidade – Performance em Curitiba”, um dos projetos aprovados no edital de ocupação de espaços da Fundação Cultural de Curitiba, propõe-se a realizar um primeiro levantamento das ações performáticas que se realizaram nas últimas três décadas e, com isso, produzir uma reflexão artística e histórica sobre essas pesquisas de linguagens. A iniciativa, que contou com a colaboração de vários artistas, permitiu reunir documentos, vídeos, fotos, jornais, convites, catálogos e publicações, com o objetivo de estabelecer contato entre épocas e contextos distintos, além de dar visibilidade a trabalhos artísticos pouco mostrados ou mesmo esquecidos da nossa memória histórica.
Segundo o curador Paulo Reis, a intenção da mostra não é erigir nenhuma nova tradição da performance, nem procurar uma identidade local, “mas sim buscar uma legibilidade do sentido artístico e crítico das pesquisas em performance realizadas na cidade”. A exposição abrange ações realizadas tanto nos espaços institucionais da arte, quanto em outros não diretamente ligados à arte, como os espaços da cidade.
O curador reuniu informações que situam nos anos 70 não a origem, mas o contexto específico para o surgimento, em Curitiba, das ações ligadas ao corpo, com as primeiras edições dos Encontros de Arte Moderna da Escola de Música e Belas Artes do Paraná.
Na década de 80, em plena efervescência da abertura política e no contexto da retomada das liberdades civis, pesquisas diversas em performance tomaram a cidade. Nos anos 90 a contemporaneidade e as pesquisas de performance apontam vertentes bem diversificadas. Algumas se apresentam num sentido mais pontual de ação para um grupo de espectadores. Outras são dirigidas para outras mídias, como vídeo, fotografia e redes digitais.
Muito presentes são as proposições coletivas, seja no espaço institucional da arte ou no espaço urbano, configuradas através de espaços e objetos performativos que buscam a participação do espectador. Por último, pesquisas heterogêneas, nas quais o ato performático é decorrente de pesquisas mais gerais sobre espacialidade, tendo presente em seus fundamentos as linguagens do teatro e da dança.
Séries de trabalhos
Eliane Prolik trata da flexibilização da linguagem em duas séries de trabalhos, “Defórmicas” e “Pra Que”, com obras que vêm sendo desenvolvidas há dois anos e que constarão de um catálogo, a ser lançado no decorrer da mostra.
Em “Defórmicas”, a cor é matéria do trabalho no corte preciso da fórmica. Cada obra é construída por um conjunto de elementos ou réguas de vários comprimentos e cores. Nos conjuntos, a geometria é paradoxal, como num jogo que não se fixa, pulsa e se estende, em contínua transformação.
A instalação “Pra Que”, envolve mais de duas centenas de palavras prensadas em relevo sobre o suporte de placas de veículos. As placas e suas palavras colocam o espectador diante da questão do aparecimento e do desaparecimento, advindos da visualidade do branco sobre o branco, da apropriação do objeto de uso cotidiano, da unidade de cada placa, da pluralidade das palavras e da associação de seus significados e sons para indicar o próprio ato da leitura e da percepção.
História e Acervo
Denise Roman, que há 30 anos trilha o desenrolar da história da gravura paranaense – como professora e artista, mostra a graça, o encanto e a magia de sua linguagem artística na exposição que ocupa três salas do Museu da Gravura.
No Museu da Fotografia, a exposição “Formas e Arquitetura” traz fotografias de Améris Paolini, Gustavo Moura, João Urban, Luis Humberto, Orlando Azevedo e Vilma Slomp, pertencentes ao acervo da cidade. As obras compõem um painel de formas que vão do contraste entre construções antigas e atuais às superfícies geométricas em que cantos, sinuosidades e ângulos abstratos são recortados pela câmera.
Em “Preservação da Natureza – O Desafio Contemporâneo”, fotografias de Araquém de Alcântara, Claus Meyer e Manuel da Costa, tiradas há mais de dez anos, mostram rincões intocáveis da mata brasileira e seus habitantes autóctones – com sua beleza captada na plenitude. As obras chamam a atenção para “a sobrevivência da natureza como meta mundial imprescindível neste momento, para que daqui a alguns anos não sejam as imagens as únicas lembranças dessas paragens”, afirma Nilza Procopiak, curadora da mostra.
Serviço:
Exposições no Solar do Barão
Solar do Barão (Museu da Gravura e Museu da Fotografia) – Rua Carlos Cavalcanti, 533 – Centro
Data: de 28 de outubro de 2009 (abertura às 19h) a 21 de fevereiro de 2010
Horário de visitas: de terça a sexta-feira, das 9 às 12h e das 13h às 18h. Sábados, domingos e feriados das 12h às 18h.
Entrada franca