Fotografias e vídeos são expostos no Museu de Arte Contemporânea

Vale a pena conferir exposições pela leitura contemporânea que os artistas fazem da fotografia

AEN

Os artistas plásticos, Daniel Araújo e Adriane Hernandez, realizaram um minucioso trabalho de intervenção sobre fotografias e vídeos, nas exposições Del.eite e Imagens são lugares. As 20 obras de Dach (Daniel Araújo) que compõem Del.eite, todas inéditas, e mais cinco obras de Adriane, que se dividem em duas séries principais, Impregnações com toalha de mesa e Impregnações azuis, resultam em duas exposições que valem a pena conferir pela leitura contemporânea que os artistas fazem da fotografia.

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Dach começou a elaborar esta exposição em 2003, quando notou em seu acervo pessoal uma grande quantidade de fotografias, de cunho meramente documental, tiradas por ele ao longo dos anos. “Comecei a raspá-las com estilete, recortá-las, fazer colagens. Dois anos depois, aprimorei esta técnica que hoje é o foco da mostra”, explica o artista. Ele esclarece que todas as intervenções são realizadas artesanalmente, em fotografias analógicas. Com relação aos vídeos, produzidos a partir de seqüências fotográficas “quadro a quadro, num processo de animação”, Dach conta que a idéia surgiu ao digitalizar as fotos e perceber que a forma estática das imagens não era suficiente, “coloquei-as então em movimento”.

A gaúcha Adriane Hernandez também faz uso de fotografias em sua exposição Imagens são lugares, nome que faz uma clara alusão ao caráter pessoal do trabalho que foi por ela desenvolvido. A artista faz uso da cor azul em todas as obras, “Utilizo muitas referências do cotidiano, da idéia dos móveis de antigamente, que eram quase sempre azuis” justifica a artista. Na série Impregnações com toalha de mesa, Adriane trabalha uma toalha azul xadrez de duas maneiras diferentes: em Para prolongar o tempo, a artista enrola na própria cabeça fragmentos do tecido. Já em Para prolongar o sonho, Adriane picota a toalha e com ela forra objetos como um par de sapatos ou guarda-chuvas. Em outro momento da mostra, chamado Impregnações azuis, a artista faz uma colagem de pequenos pontos azuis, confeccionados em papel adesivo, aderidos à objetos simples como uma pequena pedra branca.