A Secretaria da Cultura a exposição Criptojudeus: uma chama que a Inquisição nunca conseguiu apagar, com entrada franca. A exposição conta um pouco da história dos judeus perseguidos e obrigados a converterem-se ao cristianismo, no século XV, na Espanha e em Portugal. A palavra cripto, em hebraico, significa segredo.

Fique por dentro da programação da mostra.

A mostra reúne 28 painéis que retratam o judaísmo na Península Ibérica até 1497, os costumes dos criptojudeus na clandestinidade, os judeus perseguidos na atualidade e a vinda deles ao Brasil. A exposição é uma parceria da Secretaria da Cultura com a Organização Shavei Israel, Comunidade Israelita do Paraná e do Instituto Cultural Judaico Brasileiro Bernardo Shulman.

Os criptojudeus permaneceram em Portugal e na Espanha depois da perseguição religiosa porque, oficialmente, já não eram mais judeus e sim católicos. Mesmo com o batismo forçado, muitos continuaram a praticar o judaísmo secretamente. Segundo o historiador Egon Wolf, com o descobrimento do Brasil pelos portugueses, muitos dos “novos cristãos” vieram para cá a partir de 1507.

Esses imigrantes trouxeram crenças e costumes judaicos que seriam transmitidos aos descendentes. “Porém, por terem passado quase 100 anos desde o novo batismo sem rabinos e conhecedores da lei judaica, as cerimônias e práticas dessa religião tornavam-se rudimentares. Conhecia-se os feriados, a proibição de comer carne de porco e peixes sem escamas, mas a maior parte dos preceitos já era esquecida ou observada de forma errada”, explica Wolf.