O fotógrafo Nego Miranda inaugura a mostra A Eterna Solidão do Vampiro, na Casa Andrade Muricy, espaço da Secretaria de Estado da Cultura. Nego Miranda é responsável por uma pesquisa literário-iconográfica em que registra as marcas de um possível inventário pessoal do Vampiro de Curitiba, inspirado no escritor Dalton Trevisan. Na ocasião serão apresentadas 30 imagens do fotógrafo que fogem do estilo dos cartões-postais, trabalhando uma visão particular alternativa da cidade de Curitiba, fugindo do óbvio. O artista diz que o trabalho deve ser visto como uma nova escrita das sucessivas transformações passadas em Curitiba. A exposição “A Eterna Solidão do Vampiro” permanece na Casa Andrade Muricy até o dia 13 de junho e a entrada é franca.
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O fotógrafo está trabalhando há dois anos neste projeto que, além da exposição, também é o título do livro que será lançado na mesma ocasião e foi aprovado por lei municipal. Mas a idéia tem quatro anos e a obra conta com algumas fotos de até sete anos atrás. Das 60 imagens do livro, metade serão expostas na CAM a partir da próxima semana.
Nego Miranda conta que esse é seu primeiro projeto mais livre, como ele mesmo descreve. Antes seus trabalhos se limitavam ao fotodocumentarismo, como o registro histórico de Morretes. Agora uniu a admiração por Dalton Trevisan e a cidade de Curitiba com a fotografia, buscando na neblina característica da cidade, nas manhãs frias e na noite, os ambientes descritos pelo Vampiro de Curitiba em seus livros. Algumas fotos foram pensadas para trechos específicos da literatura de Trevisan, outras foram feitas e depois encaixadas a partes das obras. Na exposição, cada frase estará nas fotos apresentadas.
Nego Miranda
O curitibano Carlos Alberto Xavier de Miranda expõe seus trabalhos desde a década de 70, participando de eventos, até então, no Brasil, Argentina, Cuba, França e Portugal. Já foi premiado no 2º Salón Internacional de Fotografía, no 2º Concurso Ilford/Micro de Fotografia P&B, no Concurso Turismo no Paraná, na Bienal de Fotografia Ecológica do Rio Grande do Sul e no Museu do Mate do Paraná. Nego Miranda também publicou sua obra em revistas como a Et Cetera (da Travessa dos Editores) e a Revista Gráfica; também colaborou com o livro A História do Mate, de Tereza Urban, com a coletânea de autores paranaenses Engenhos e Barbaquás e com a publicação britânica de fotógrafos brasileiros Contemporary Brazilian Photography. Entre as coleções e acervos que mantém trabalhos seus estão os da Fundação Cultural de Curitiba, Museu da Fotografia de Paris, Coleção Joaquim Paiva, Fundo Cubano de La Imagem Fotográfica e Instituto Cultural Itaú. Ao lado de Maria Cristina Wolff de Carvalho, é autor dos livros Paraná de Madeira e Igrejas de Madeira do Paraná, lançados em 2005. Com Teresa Urban, produziu Morretes – Meu Pé de Serra, em 2007. Participou do livro Caminhos do Rio a Juiz de Fora, lançado em março de 2010.
Serviço:
Casa Andrade Muricy (Al. Dr. Muricy, 915). Horário de funcionamento: de terça a sexta, das 10 às 19h. Sábados, domingos e feriados, das 10 às 16h. A mostra permanece até o dia 13 de junho e tem entrada franca. Mais informações: (41) 3321-4798.