O Museu Oscar Niemeyer e a Infolio Editorial lançam no dia 14 de setembro o livro “Tide Hellmeister, inquieta colagem”, com cerca de 200 trabalhos deste mestre da colagem, um dos mais importantes artistas gráficos brasileiros. O evento também conta com debate e exposição, que ficará em cartaz até 24 de setembro com 25 obras de Tide Hellmeister.



Organizado em três segmentos – artes plásticas, design gráfico e tipografia, o livro tem apresentação do poeta e crítico de arte Carlos Soulié do Amaral. Em edição bilíngüe, português e inglês, os textos são de Chico Homem de Melo, professor da Universidade de São Paulo e designer gráfico; de Cláudio Rocha, tipógrafo e editor da revista Tupigrafia, e de Fernando Bini, professor da Universidade Federal do Paraná e doutor em Estética e Tecnologia das Artes pela Universidade Paris VIII.



Paulistano nascido em 1942 na rua Tupi, no bairro do Pacaembu, Tide é apaixonado desde criança por letras e colagem. Ele se orgulha de ser um autodidata que começou a trabalhar aos 17 anos na TV Excelsior, onde foi ajudante do cenógrafo Cyro Del Nero. São 46 anos de paixão pelo grafismo, tipografia e caligrafia. Parte deste tempo, cerca de três décadas, trabalhou em redações de grandes jornais e revistas brasileiras. Durante sete anos, ilustrou a coluna de Paulo Francis nos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo.



O livro traz trabalhos dos últimos anos, que Tide Hellmeister realizou no seu refúgio em Salto, interior de São Paulo, onde construiu sua casa e estúdio, embora tenha um escritório na capital. “Sinto uma inquietação constante sobre o meu trabalho e essa minha inquietação é sobre o universo da impressão, da tipografia, das colagens, da pintura sobre acrílico”, conta ele. “O que eu gosto mesmo é de trabalhar com as mãos”.



Em todas suas criações, a singularidade, a competência e a ousadia são suas marcas inconfundíveis e lhe renderam muitos prêmios no Brasil e no exterior. A primeira exposição individual de seu trabalho com colagem ocorreu em 1963, como parte da Exposição de Poesia Ilustrada, e mostrava 12 imensos painéis de 3m x 1m. Quatro décadas depois, sem jamais se desgrudar da colagem, Tide é considerado um virtuose.