Modernismo brasileiro no Museu Oscar Niemeyer

Coleção Gilberto Chateaubriand chega ao Museu Oscar Niemeyer

Bem Paraná

O
Museu Oscar Niemeyer apresenta nesta terça-feira (12) 175 obras de arte
brasileira pertencentes ao maior colecionador privado do País. A mostra
denominada Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira
tem a curadoria de Fernando Cocchiarale e Franz Manata, e será exibida
a partir das 19h para jornalistas e convidados. O público poderá
visitá-la a partir do dia 13 de dezembro até 4 de março.

Nela
estão sendo apresentados os principais desdobramentos da produção
artística brasileira, desde a segunda década do século passado até as
propostas mais recentes. Constituída por núcleos históricos que
respeitam a sucessão desses desdobramentos, embora não de modo
estritamente cronológico.

O modernismo apresenta não somente as
manifestações da arte brasileira comprometidas com a vontade de
atualizar a produção nacional em relação ao modernismo europeu (as
exposições de Anita Malfatti e de Lasar Segall, em 1917, a Semana de
Arte Moderna, em 1922, por exemplo), quanto de seus desdobramentos (a
questão nacional dos anos 20, a emergência dos regionalismos na década
de 30 e o realismo social dos anos 40) até o fim da Segunda Grande
Guerra e ao longo da década de 50.

Neste segmento estão obras
de artistas como Anita Malfatti, Brecheret, Cândido Portinari, Cícero
Dias, Di Cavalcanti, Djanira, Flávio de Carvalho, Goeldi, Guignard,
Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral e Vicente do
Rêgo Monteiro entre outros.

O núcleo Construtivismo e
Abstracionismo mostra o surgimento e a consolidação das tendências
não-figurativas no País, entre 1948 e 1962 com obras de Abraham
Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Hélio
Oiticica, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Samson Flexor entre
outros.

A Imagem Contemporânea reúne dois momentos
cronologicamente diversos da arte do final do século XX e que possuem
em comum um foco figurativo: as produções das décadas de 60 e de 80. O
desgaste do repertório eminentemente formal do Abstracionismo, na
passagem das décadas de 50 para a de 60, determinou a retomada da
imagem figurativa.

Baseada agora na fotografia, na
publicidade e nas artes gráficas, essa nova imagem revogou
definitivamente os modelos naturais da arte do passado. Aqui aparecem
obras de artistas como Anna Maiolino, Anna Bella Geiger, Antônio Dias,
Barrão, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale,
Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Leda Catunda, Luiz Zerbini,
Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Wanda Pimentel, Raimundo Collares
e Carlos Vergara, entre outros.

O Experimentalismo – mais seus
desdobramentos – é a parte conclusiva da exposição. Ela recobre o
experimentalismo dos anos 70 e de sua retomada, ainda que de modo
singular, dos anos 90 até a atualidade. A ênfase na idéia, no conceito,
feita por parte significativa da produção artística brasileira e
internacional dos 70, assimilou, de modo explícito, a palavra à obra ou
usou-a, nos títulos, como conceitos-chave para leitura da obra.

Da
década de 90 em diante, o uso praticamente generalizado de suportes e
meios não-convencionais da arte (novas mídias, instalações,
performances) deriva de muitas das questões experimentais formuladas
duas décadas antes. Fazem parte deste segmento obras de artistas como
Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Antônio Manuel, Artur Barrio, Carlos
Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Helio Oiticica, Jac Leirner,
Jorge Barrão, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos
Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Rosângela Rennó, Tunga,
Waltércio Caldas e Vik Muniz entre outros.

A coleção – A
coleção Gilberto Chateaubriand possui em torno de 7.000 obras. São
peças produzidas desde as primeiras décadas do século passado até a
atualidade. É uma das coleções mais importantes do País e um dos mais
completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea
brasileiras, já que Gilberto Chateaubriand optou por montar um acervo
abrangente, plural e representativo da arte brasileira.

As
obras que integram a Coleção Gilberto Chateaubriand pertencem a um
período histórico mais extenso do que os 52 anos de existência da
mesma, contados a partir de 1954, quando o pintor José Pancetti deu
para Chateaubriand a tela “Paisagem de Itapoá”. Segundo depoimento do
próprio colecionador “a partir de então, comprar obras de arte
tornou-se para mim uma segunda natureza – talvez a primeira. Sempre
optei pela arte brasileira; gosto de conhecer o artista, ver seu
atelier, descobrir novos talentos, ser surpreendido”.

Estas
peculiaridades estreitaram o contato do colecionador com os artistas, e
a busca por novos talentos e obras – especialmente aqueles iniciantes –
fez com que a coleção tenha hoje obras que revelam a trajetória
completa de muitos de nossos mais importantes nomes das artes visuais.
É indiscutível a representatividade da coleção Gilberto Chateaubriand,
considerada, sobretudo no meio especializado, como o melhor e mais
completo panorama da arte brasileira, do modernismo aos nossos dias.

Cedida
em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de
1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem
sendo mostrada regularmente não só no MAM, como em outras instituições
do Brasil e do Exterior.

Serviço da Exposição:
Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira
Abertura Convidados: 12/12
Abertura Público: 13/12
Período de Exibição: até 04/03
Patrocinador: Petrobras
Apoio: Governo do Paraná, Fundação Nacional de Arte e Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico – CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças
de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas
públicas, do ensino médio e fundamental, agendados não pagam)