MON abre mostra de Miguel Bakun

Obra de Bakun é apontada como uma importante contribuição ao modernismo brasileiro

Redação Bem Paraná

A exposição marca as comemorações pelo centenário de nascimento do artista paranaense Miguel Bakun (1909-1963). Objeto de estudo de especialistas reconhecidos, a obra de Bakun é apontada como uma importante contribuição ao modernismo brasileiro. O Museu Oscar Niemeyer abre a mostra Miguel Bakun – “Na beira do mundo”.

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Com o patrocínio do BRDE, COMPAGAS, COPEL, e o apoio do Ministério da Cultura, do Governo do Paraná e da Caixa Econômica Federal, estão em exibição cerca de 70 obras. Elas abrangem 30 anos da produção do artista, desde meados dos anos 1930 até 1963. Entre os trabalhos há pinturas de paisagens com fundos de quintal e arredores de Curitiba, pinheiros e matas, marinhas, dois autorretratos e uma série de desenhos. Alguns desses trabalhos ainda são pouco conhecidos do público, como a obra intitulada Seleções. 

Assim como em Van Gogh, o evento decisivo para a instintiva formação moderna de Miguel Bakun foi o impressionismo: a redução da pintura a fenômeno visual autônomo. (…) Bakun aprende a levá-lo ao clímax e aí deixá-lo em suspenso, a provocar nossos olhos, chamá-lo com urgência a atuar. E que o fizesse com meios toscos, rudimentares, eis outra vez o que depõe a favor do conteúdo de verdade de sua arte. A própria qualidade inferior da tinta que se via obrigado a utilizar (…) parece imprescindível a essas telas que emocionam justo pela humilde entrega incondicional do pintor a seus motivos recorrentes, escassos, fatais (…), analisa o curador Ronaldo Brito.  Acreditamos que esta exposição poderá dar maior visibilidade e entendimento da produção de Miguel Bakun, inserindo-a no contexto da arte moderna brasileira, afirma Eliane Prolik, que assina a curadoria com Brito.

Bakun

Filho de imigrantes ucranianos, em 1926 Bakun ingressou na Escola de Aprendizes da Marinha em Paranaguá, litoral paranaense. Após viver um breve período no Rio de Janeiro e deixar a Marinha, onde conheceu José Pancetti, retornou e, em 1930, fixou-se em Curitiba. Na capital, passou a desenvolver sua produção artística, como um atento autodidata.

Na década de 1940, começou a participar de um ateliê coletivo. O ateliê era freqüentado por artistas reconhecidos na história da arte do Paraná, como Alcy Xavier, Loio-Pérsio, Marcel Leite, Esmeraldo Blasi e Nilo Previdi. O intenso convívio com os artistas e intelectuais da época levou Bakun a criar uma pintura muito própria. Duas décadas depois, executou pinturas murais na residência do governador Moysés Lupion e, entre 1955 e 1957, realizou diversas exposições individuais.

O artista também teve suas obras expostas em significativas mostras nacionais, como a Bienal Brasil Século XX (1994), sala Expressionismo no Brasil: Heranças e Afinidades, na XVIII Bienal de São Paulo (1989) e Exposição Tradição e Ruptura: Síntese da Arte e Cultura Brasileiras –Fundação Bienal de São Paulo (1984-1985).
 
Serviço:
Miguel Bakun – Na beira do mundo  
Patrocínios: BRDE, COMPAGAS E COPEL
Apoios: Ministério da Cultura, Governo do Paraná e Caixa Econômica Federal
Visitação: de 15 de abril a 15 de agosto 2010
Museu Oscar Niemeyer
Rua Marechal Hermes, 999
Aberto de terça a domingo, das 10h às 18h
R$ 4,00 inteira e R$ 2,00 estudantes, com carteirinha
Gratuito para grupos agendados da rede pública, do ensino médio e fundamental, para estudantes até 12 anos, maiores de 60 anos e no primeiro domingo de cada mês.