O Museu Oscar Niemeyer abre, sábado (15), a exposição “Kurt Schwitters”. O público poderá participar da abertura, marcada para as 11h. Com 120 obras, a exposição apresenta um panorama da obra de Kurt Schwitters (1887-1948), um dos mais importantes artistas do século 20. Mesmo sendo um dos mais influentes artistas de vanguarda, Schwitters não tinha, desde a IV Bienal Internacional de São Paulo (1963), uma exposição individual no Brasil, e raras são suas obras em acervos públicos. Essa exposição foi apresentada na Pinacoteca de São Paulo, em outubro, e agora chega a Curitiba.
Resultado da parceria com o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha e o Goethe – Institut São Paulo, a mostra traz destaques das coleções do Museu Sprengel de Hanover e da Fundação Kurt e Ernst Kurt Schwitters. Com curadoria de Karin Orchad, curadora da Fundação Kurt e Ernst Schwitters, a seleção de obras compreenderá todos os períodos da produção do artista. Nela estão incluídos trabalhos até outubro inéditos no Brasil, entre desenhos, pinturas de sua produção inicial até o mais tardio da formulação do conceito da Merz Art. Na mostra também traz esculturas e pinturas figurativas que Schwitters produziu ao longo da vida, além de sua produção abstrata e de uma réplica da obra Merzbau, conforme foi montada em 1933.
Merz Art – Nascido em Hanover, em 1887, Kurt Schwitters se definia como um “artista total”. Sua complexa produção abarca um espectro muito amplo de suportes e interesses: de importância primordial em seu trabalho com o meio pictórico foi sua inovadora e consistente exploração da colagem e da montagem (assemblage). E ele ainda aplicou suas teorias artísticas com igual interesse e comprometimento à prática da escultura, da arquitetura, da tipografia, da literatura, da dramaturgia, da encenação, da música e da performance – e a arte resultante batizou de “Merz Art”.
Merz é o nome que Kurt Schwitters inventou para designar um conceito de arte que passaria a figurar como uma das mais originais contribuições à arte dos anos revolucionários, depois da Primeira Grande Guerra. Trata-se de um conceito que abrangia todas suas atividades, originando o Merz desenho, as Merz pinturas, Merz esculturas, Merz publicações. Schwitters promovia Merz soirées por toda a Europa, com recitais de poesia e prosa suas, além de performances de sua famosa Ursonate (Sonata Primordial). Este novo conceito artístico era baseado no princípio da colagem.
A primeira Merz pintura, uma montagem em grande formato, foi produzida em 1919. Seu Merzbau (edifício Merz), uma instalação que ocupava várias dependências de sua casa em Hanover, começou a tomar forma em 1923. Em 1927, Schwitters chamava inclusive a si próprio de Merz, encarando a si próprio como parte integrante de sua filosofia totalizante e se tornando ainda mais enfático ao perseguir seu objetivo, de “criar relacionamentos, e preferivelmente, entre coisas do mundo”. Seu objetivo central era remover as fronteiras entre as várias formas de arte e a vida cotidiana, e reposicioná-la com sua noção de uma “visão Merz total do mundo”, inter-relacionando todas as suas partes constituintes.
Falecido em 1948, Schwitters teve sua importância para a arte do século 20 subestimada por longo tempo. Só recentemente ocorreram numerosas exposições em temas e períodos específicos de sua arte e grandes retrospectivas itinerantes: em 1985/86, em Nova York, Londres e Hannover, em 1994/95 em Paris, Valencia e Grenoble, em 2000/01 em Hanover, Dusseldorf e Munich. Mais tarde, grandes retrospectivas de Kurt Schwitters compreendendo trabalhos da Fundação Kurt e Ernst Schwitters Stiftung e do Sprengel Museum Hannover (Milão, 2001; Cidade do México, 2003).
A Fundação Kurt e Ernst Schwitters foi fundada em 2001. A Fundação fica em Hanover, a cidade natal dos dois artistas que foram exilados pelo Partido Nacional Socialista, e seu acervo foi transferido como empréstimo permanente ao Sprengel Museum Hannover. O propósito fundamental da fundação é “manter, documentar e tornar acessível para exposições e pesquisa o trabalho do artista, escritor, tipógrafo e artista comercial Kurt Schwitters e de seu filho, o fotógrafo e colecionador Ernst Schwitters, e preservá-lo o mais amplamente possível”. A família Schwitters colocou sob o cuidado da Fundação o espólio completo de Kurt Schwitters, abrangendo mais de mil trabalhos de todos seus gêneros e períodos, incluindo um significativo conjunto de esculturas, pinturas, assemblages, colagens e desenhos.
Serviço Exposição:
Kurt Schwitters
Período Exibição Público– 15 de dezembro até 9 de março de 2008
Patrocínio: Copel
Apoio: Governo do Paraná, Secretaria de Estado da Cultura, Museu Oscar Niemeyer, Caixa, Sprengel Museum Hannover, Republica Federal da Alemanha, Ministério das Relações Exteriores, Goethe Institut, HumburgSud, Ministério da Cultura e Kulturfest