De 18 de outubro a 17 de novembro, a Fundação Iberê Camargo traz para o Musa – Museu de Arte da Universidade Federal do Paraná a mostra Gravura em Metal – Matéria e Conceito no Ateliê Iberê Camargo. A exposição revela 33 trabalhos de 22 grandes nomes da arte contemporânea e um núcleo especial com cinco obras de Iberê Camargo, um dos vigorosos e importantes artistas do século XX, nascido em Restinga Seca (RS), em 1914, e falecido em Porto Alegre, aos 79 anos. As gravuras fazem parte da coleção produzida por artistas que participaram do Programa Artista Convidado do Ateliê de Gravuras de Iberê Camargo, coordenado pelo artista plástico Eduardo Haesbaert desde 1999. Durante cinco dias, de segunda a sexta-feira, artistas referenciais mergulham no espaço que foi de Iberê para criarem gravuras em metal que estão formando uma preciosa coleção que até o momento já reúnem mais de 90 obras.
A curadoria de Gravura em Metal – Matéria e Conceito no Ateliê Iberê Camargo é assinada por Silvana Boone, professora de História da Arte, Estética e Semiótica da UCS (Universidade Caxias do Sul). Segundo ela “o Ateliê de Gravura de Iberê Camargo tornou-se um espaço de múltiplas experiências, de marcas, de incisões em chapas de cobre, ampliando o universo da gravura contemporânea brasileira”. E acrescenta: “O lugar, conservado como ele deixou, é testemunha de um universo criativo que se estende e se prolonga cada vez que um novo artista entra para criar e perpetua as suas palavras: “a vida não cabe na arte (…). Mas a arte é a minha única voz”.
Para a mostra, Silvana selecionou trabalhos produzidos por Amílcar de Castro, Antonio Dias, Carlos Pasquetti, Carlos Vergara, Carlos Zílio, Carmela Gross, Claudio Mubarac, Daniel Senise, José Resende, Karin Lambrecht, Leon Ferrari, Lucia Koch, Mario Carneiro, Nelson Felix, Paulo Pasta, Piza, Regina Silveira, Rochelle Costi, Tomie Ohtake, Vera Chaves Barcellos e Waltércio Caldas. Também integra a lista a gravura do premiado arquiteto português Álvaro Siza, responsável pela construção da nova sede da Fundação Iberê Camargo, que será inaugurada em junho de 2007. O evento é patrocinado pela RGE, Grupo Gerdau, Petrobras, Camargo Correa, Vonpar e De Lage Landen.
A Fundação Iberê Camargo também vai trazer a Curitiba o Encontro de Formação de Professores, no dia 18 de outubro, das 8h às 12h e das 14h às 18h, no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná (Praça Santos Andrade, 50 – 1º andar). No encontro, a coordenadora do projeto, Mauren de Leon, e a curadora da mostra, Silvana Boone, estarão trabalhando com os professores para que eles possam utilizar a exposição como instrumento didático em sala de aula e potencializar a fruição dos estudantes durante a visita às obras. A atividade faz parte do Programa Escola, desenvolvido pela Fundação para sensibilizar e estimular nos educadores e estudantes do ensino fundamental e médio a reflexão sobre o fazer artístico. As inscrições – gratuita – e o agendamento de visitas guiadas dos estudantes podem ser feitas pelo telefone 41 – 3310.2603.
No dia 25 de outubro, às 19h, o Museu Oscar Niemeyer será o cenário de lançamento na capital paranaense do Catálogo Raisonné Iberê Camargo –Volume 1 – Gravuras, com a palestra Iberê Camargo e a Permanência e sessão de autógrafos de Mônica Zielinsky, coordenadora do processo de catalogação da Fundação Iberê Camargo e professora do Instituto de Artes da UFRGS. Depois de Curitiba, o primeiro catálogo raisonné de gravuras publicado no País, e um dos raros no mundo, segue para lançamento em São Paulo, no Instituto Tomie Ohtake (dia 24 de outubro). O livro com 500 páginas e 329 gravuras (R$ 159,00), foi patrocinado pela Petrobras e Grupo Gerdau e publicado em parceria com a editora Cosac Naify, em uma edição de 2.500 exemplares, em português, e 500, em inglês.
Catalogue Raisonné – do francês “catálogo pensado” – é um trabalho descritivo e documental com uma visão completa da obra do artista. Depois de quatro anos de pesquisa, realizada com o apoio de uma equipe de sete pesquisadores, Mônica se debruça agora na catalogação do restante da produção de 55 anos de Iberê Camargo, no qual estão incluídas a pintura, desenhos, guaches, cerâmicas e outras obras. Quase 600 óleos já foram identificados pela equipe de Mônica, mas a pesquisadora estima que esse número possa chegar a 2.000. Nessa nova e complexa etapa, colecionadores, museus e instituições do Brasil e exterior têm a oportunidade de participarem do processo de resgate da memória do acervo pelos telefones 51- 3247-2666 /3247-2940 ou pelo site www.iberecamargo.org.br. A produção de catálogos é uma atividade rara no Brasil. Apenas Cândido Portinari tem sua obra completa registrada.
Depois de quatro anos de pesquisa, realizada com o apoio de uma equipe de sete pesquisadores, Mônica Zielisky se debruça agora na catalogação do restante da produção de 55 anos de Iberê Camargo, no qual estão incluídas a pintura, desenhos, guaches, cerâmicas e outras obras. Quase 600 óleos já foram identificados pela equipe de Mônica, mas a pesquisadora estima que esse número possa chegar a 2.000. Nessa nova e complexa etapa, colecionadores, museus e instituições do Brasil e exterior têm a oportunidade de participarem do processo de resgate da memória do acervo pelos telefones 51- 3247-2666 /3247-2940 ou pelo site www.iberecamargo.org.br. A produção de catálogos é uma atividade rara no Brasil. Apenas Portinari tem toda a sua obra completa registrada.
Iberê Camargo foi dos mais vigorosos, inovadores e importantes artistas brasileiros do século XX. Nascido em Restinga Seca em 1914, se consagrou nas artes com uma linguagem absolutamente singular, que estampou em desenhos, gravuras, guaches e, muito especialmente, em pinturas. Era um obcecado por seu trabalho. Em 1994, ao morrer pouco antes dos oitenta anos, deixou mais de sete mil obras. A gravura está presente desde a década de 40, nas primeiras experiências de Iberê até a fase final do artista. “Estamos revelando uma face pouco conhecida, mas essencial do trabalho dele”, explica Mônica.
SERVIÇO:
Exposição Gravura em Metal: Matéria e Conceito no Ateliê de Iberê
Curadoria de Silvana Booné
Abertura: 17 de agosto, às 19h
Visitação pública: 18 de outubro a 17 de novembro.
Onde: MusA – Museu de Arte da UFPR, prédio central da UFPR, Praça Santos Andrade, Rua XV de Novembro, 695, de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h e sábado, das 9h às 13h
Quanto: Entrada franca