O Museu Oscar Niemeyer abre a exposição “Segall Realista”. Com 135 obras, a mostra marca a passagem do cinqüentenário de falecimento de Lasar Segall (1891-1957) e comemora os 40 anos do Museu Lasar Segall, que fica em São Paulo e preserva a memória e as obras do artista lituano naturalizado brasileiro. Os visitantes poderão conferir pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, gravuras e esculturas.

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Já apresentada em São Paulo, onde recebeu mais de 20 mil pessoas, a mostra também será exibida no Rio, depois de passar por Curitiba.

A exposição tem curadoria do crítico Tadeu Chiarelli, um dos principais especialistas em arte moderna brasileira. Chiarelli selecionou as obras da mostra, baseando-se na afirmação de Mario de Andrade de que a produção segalliana representou a maior prova de que os artistas ligados às vanguardas européias tinham deixado o experimentalismo para “advogarem” o retorno ao realismo.

Nesta exibição estão reunidas pinturas de grande importância na produção de Segall como “Morro Vermelho”, “Pogrom” e “Eternos Caminhantes”; além de algumas esculturas como “Três Figuras”. A mostra é dividida em três módulos. O primeiro aborda o período expressionista, que apresenta a obra de Segall como emblema das vanguardas históricas internacionais. O segundo módulo é o realista, que mostra o momento em que o artista recupera certos pressupostos da tradição visual anterior à sua experiência expressionista. O terceiro mostra o período em que sua produção caminha para um diálogo nem sempre pacífico com a abstração.

A exposição é acompanhada de um catálogo com 248 páginas, contendo um texto inédito do curador, textos históricos e reproduções a cores de todas as obras expostas, além de ampla documentação iconográfica. “Segall é sempre visto como um artista de linhagem expressionista e com esta exposição o professor Tadeu Chiarelli revê a obra de Segall no âmbito do modernismo brasileiro a partir da recepção crítica da época, trazendo uma grande contribuição para o cenário crítico da obra Segalliana,” diz Denise Grinspum, diretora do Museu Lasar Segall. “A exposição no Museu Oscar Niemeyer é motivo de alegria para o Museu Lasar Segall por dar oportunidade de apresentar a obra deste artista importante para outras cidades do Brasil”, complementa.

O Museu Lasar Segall, idealizado por Jenny Klabin Segall – viúva de Lasar Segall –, foi criado em 1967 por Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall, filhos do artista. Hoje integra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, do Ministério da Cultura, como unidade especial. Seu principal objetivo é conservar, pesquisar e divulgar a obra de Lasar Segall. Com um acervo de 3 mil trabalhos do artista, constitui-se em um atuante centro de atividades culturais nas áreas de Gravura, Fotografia, Criação Literária, além de abrigar uma biblioteca especializada em Teatro, Ópera, Dança, Cinema, Fotografia, Rádio e Televisão e extensa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall.