O Museu Oscar Niemeyer abre a mostra Yolanda Mohalyi – No Tempo das Bienais. A exposição apresenta uma releitura da obra modernista de Yolanda Mohalyi (1909-1978). A produção da artista foi bastante divulgada, com ativa participação nas Bienais Internacionais de São Paulo, desde a primeira, em 1951, até 1967. Com curadoria de Maria Alice Milliet estão em exibição 75 obras entre aquarelas, pinturas e desenhos feitas desde a década de 1930 até 1970. Os trabalhos são procedentes das coleções do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (USP), Coleção Roberto Marinho, Coleção Itaú Cultural e coleções particulares.
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As duas últimas grandes exposições individuais de Yolanda aconteceram em 1967, no Museu de Arte Contemporânea (MAC) de São Paulo, e 1988, no MAC – USP. “A mostra em Curitiba é o resgate de uma artista que teve um papel de grande destaque num momento de internacionalização da linguagem artística em nosso meio, com o predomínio do abstracionismo chamado informal”, disse Maria Alice.
Grande expoente do chamado abstracionismo informal, Yolanda Mohalyi, nascida na lendária Transilvânia, construiu uma linguagem consistente e influenciada tanto por sua formação européia quanto pela realidade brasileira. Aos 22 anos, a artista adotou o Brasil como país e aqui passou a maior parte de sua vida. “É uma artista importante para a arte moderna; embora tenha chegado no Brasil quase uma década depois do início do movimento modernista. Em sua época, foi bastante reverenciada pela crítica nacional e internacional, sobretudo depois de ter sido agraciada com o prêmio de Melhor Pintor Nacional, na Bienal de 1963”, afirma a curadora.
Segundo ela, a exposição é um recorte significativo da obra de Yolanda Mohalyi. A exposição é aberta por obras das fases iniciais de sua produção para depois se concentrar nas décadas de 1950, 1960 e 70, quando Yolanda participa de várias edições da Bienal Internacional de São Paulo.
No primeiro segmento se observa o impacto que a chegada ao Brasil teve sobre sua pintura. A seguir, vem a fase de transição em que sua obra encaminha-se gradativamente para a abstração. Ao longo da década de 1950, é possível observar “o acentuado interesse da artista pelos elementos essenciais da composição: linha, forma, cor”. Desta fase, destacam-se os dois grandes painéis, compostos por folhas de papel pintadas a guache, pela primeira vez em exibição.
O segundo segmento é dedicado à exuberância do abstracionismo informal, uma pintura feita de manchas de cor e intervenções gráficas. Nos primeiros exemplares dessa fase “encontra-se ainda certa timidez, as manchas estão atadas umas às outras, mas logo se percebe que o gesto enérgico da pintora busca espaços cada vez mais amplos”, disse Maria Alice.
Essa abertura se dá pela articulação das formas, mas também por transparências e drippings (escorridos).