O Museu Oscar Niemeyer realiza nesta terça-feira (14), às 19h, a abertura da mostra “Wotan”, que apresenta 50 obras do artista plástico gaúcho Luiz Carlos Brugnera (RS – 1966), radicado em Cascavel. “Wotan” na mitologia nórdica é o deus criador dos deuses terrenos. Algumas obras de Luiz Carlos refletem o imaginário da mitologia escandinava e o restante faz parte de uma adaptação temática de trabalhos anteriores. O público poderá fazer a visitação entre 15 de novembro e 04 de março.


As obras, várias delas bidimensionais e tridimensionais, pertencem a duas séries. A primeira fase bidimencional inclui desenhos em grafite sobre mdf e a fase tridimensional apresenta trabalhos em metal. A exposição apresenta obras de paredes, instalações, esculturas e objetos. Brugnera destaca a obra chamada de “Moto número 1-Ragnarök”, que representa o fim da construção atual do mundo e o reinício da reconstrução do mesmo, revigorando as formas e conceitos já existentes”.


A moto relata a batalha primordial que ocorre na planície imaginária de Wigred . “Ragnarök” é conhecido, segundo a mitologia, como o destruidor. Um ser liberto que traz com ele os males e os desastres para o mundo. Esse personagem mitológico também é chamado de “Midgard”, o responsável pela destruição total do mundo construído. Ligado a ele está o lobo “Bragui”, representando o deus da recriação e da reconstrução do mundo. É “Bragui” quem mata “Midgard” e dá início ao evento primordial, que recebe o nome de “Ginnugagap”, a essência criadora de tudo.


“Essa é a primeira moto de uma série de 180 que pretendo executar. Em cada uma delas farei a referência a um deus ou evento. Por isso utilizo a personificação de “Wotan”, já que na mitologia nórdica não existia o hábito de representar seus deuses graficamente, apenas por descrição literária (…). Pretendo eliminar o imaginário infantilizado dos deuses que foi criado para trazer à realidade as imagens verdadeiras e definitivas.” Brugnera explica que muitos desses deuses da mitologia nórdica, como “Thor” –que, segundo ele, na realidade é “Donar”, foram geralmente ilustrados, do cinema à literatura, de uma “forma muito infantil, enfraquecida e pobre”.


Outra obra de destaque para o artista é a instalação “Almas”, composta por 17 desenhos, nos quais ele utiliza a técnica do grafite sobre o mdf . “A instalação se refere a escuridão de um universo sem fim, onde a luz não consegue penetrar. Os trabalhos “Almas”, constituídos por uma massa sufocante que aniquila a luz do entorno, remete à espiritualidade”, explica a crítica de arte Nilza Procopiak.


Na série metal, Brugnera apresenta instalações, uma bidimensional e outra tridimensional. As instalações “Varais Micro” e “Varais Macro” são compostas por esculturas e remetem a fusos de tecelagem que evocam memórias domésticas. “Os varais são ícones, vindos de minha mãe costureira.”


A curadoria da mostra é assinada pelo próprio artista, que contou com a consultoria de Fernando Cocchiarale, curador do Museu de Arte Moderna do Rio, e Laura Buccellato, diretora e curadora do Museu de Arte Moderna de Buenos Aires.


Serviço:
Wotan
Abertura Convidados: 14/11
Abertura Público: 15/11
Período de Exibição: até 04/03
Patrocinadores: Eletrobrás e Copel
Apoio: Governo do Paraná, Caixa Econômica Federal e Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico – CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, agendados não pagam)