A efervescência do movimento estudantil e a repressão da ditadura militar estão na exposição “68 – Utópicos e Rebeldes”. A mostra apresenta em 30 banners os principais flagrantes acontecidos em 1968, para marcar os 40 anos de pós-ditadura Na abertura, alguns militantes paranaenses vão relembrar e debater deste ano singular da história.

Fique por dentro da programação da mostra.

A exposição marca os 40 anos pós-ditadura, 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 20 anos da Constituição Cidadã. Além disso, retrata as mudanças na política, na arte, na música, no comportamento, nas relações de gênero, no ensino, na família, na moda, no teatro e no cinema.

Os questionamentos sócio-político e comportamentais que o cinema apresentou por meio de filmes como Terra em Transe (de Glauber Rocha), O Bandido da Luz Vermelha (Rogério Sganzerla), Macunaíma (de Joaquim Pedro de Andrade) e Brasil ano 2000 (Walter Lima Jr.) serão apresentados por meio de cartazes retratando uma época que rompeu com as convenções clássicas do cinema. Banners de peças como Consumindo 68, da Companhia Teatro Documentário e Roda Viva, de Chico Buarque representam a mutilação de textos, a censura e a proibição de espetáculos que marcaram o ano.

Efervescência

A mostra apresenta também arquivos do Departamento de Ordem Pública e Social (Deops) e do Arquivo Público do Estado do Paraná e de São Paulo. O arquivo, que se divide em prontuários, dossiês, ordem política, e ordem social, é um dos acervos de repressão política e social mais importantes do Brasil. Entre os fatos mostrados no acervo está a prisão dos estudantes no Congresso da UNE de Ibiúna.

O momento que marcou a música brasileira representando um rompimento estético das artes pode ser visto por meio de fotos da efervescência cultural de grupos como os Mutantes e a Tropicália. Obras de Cláudio Tozzi e Hélio Oiticica e planfletos produzidos por meio de xilogravuras usadas em manifestos, distribuição de mensagens e organização de ações também fazem parte da mostra.

Notícias fortes, nervosas e intensas que estavam sempre nas páginas de jornais como, O Estado de São Paulo, Folha de São Paulo, Gazeta do Povo e Estado do Paraná remontam como a imprensa noticiava os movimentos e anseios das manifestações de 1968. As transformações políticas, econômicas, sociais e culturais que balançaram o mundo também tiveram o seu contexto no Paraná e, por esta razão, a exposição vem a Curitiba por iniciativa do Ministério da Cultura, da Secretaria Especial de Direitos Humanos e da Secretaria de Estado da Cultura do Paraná.