O diálogo entre o som e a imagem é a proposta da exposição “Plástica Sonora” do artista Olavo Tenório. Durante a mostra serão apresentados seis trabalhos de Olavo, sendo quatro esculturas confeccionadas em metal, madeira e cristal e também uma pintura e uma gravação.
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Olavo Tenório é desenhista e pintor, há 10 anos se dedica também a escultura. Durante toda a sua carreira, utilizando essas diversas técnicas, uma constante se manteve: a relação do ser humano com o som. Como o próprio artista considera: “A relação com o som é inerente ao ser humano. É uma relação corporal.”
O artista ainda revela uma preocupação com a cultura que é transmitida pela oralidade e de como a fala está intimamente ligada em todos os aspectos das relações pessoais: “A carga cultural na fala do indivíduo possui um corpo característico. Um corpo sonoro e invisível, mas também plástico. É sobre esse corpo, essa instituição da vida humana, que coloco meu trabalho como um projeto de sensibilização.”
Buscando essa aproximação da natureza humana através da arte, Olavo Tenório desenvolveu o projeto “Plástica sonora”, onde o artista tem como temática principal “o significado da forma”. Para isso ele utiliza, entre outros recursos, uma gravação feita dessa palavra, “forma”, por quatro diferentes pessoas – três delas de seu convívio próximo e também a voz de um índio da tribo Kaingang – passadas por uma representação gráfica para ser transformada em imagem.
Olavo conta que seu trabalho como artista plástico é justamente o de fazer o público ver o que teoricamente não pode ser visto. “O som é invisível aos olhos dos seres humanos. Porém como artista plástico meu objetivo sempre foi tornar visível o invisível”, explica.
Com base no registro dessa vozes Tenório deu início a criação de “quatro esculturas que se espelham nesses sons com uma vontade danada de se chamarem também de espectros, como aqueles dos arco-íris que surgem através do cristal revelador de mundos mais sutis para nossa visão”, finaliza o artista.