No próximo dia 5 de julho (terça-feira) às 19h30, será inaugurada a exposição Debret – Viagem ao Sul do Brasil, na Caixa Cultural de Curitiba. A mostra com a curadoria de Anna Paola Baptista é constituída por 60 aquarelas e desenhos realizados pelo artista francês Jean-Baptiste Debret, que chegou ao Brasil em 1816 integrando a Missão Artística Francesa e aqui permaneceu por 15 anos. Todo o conjunto pertence ao acervo dos Museus Castro Maya, detentor da maior coleção de obras de Debret existente no Brasil.
 
Debret é o mais conhecido dos artistas que compunham a Missão Artística Francesa. Sua obra fez a crônica da vida urbana no Brasil imperial, apresentando os tipos humanos, hábitos, costumes e festas populares, além de espetaculares paisagens da mata atlântica e de marinhas que revelam a iconografia histórica do país, num grupo de obras que poucas vezes itinerou pelo país.
 
Debret – Viagem ao Sul do Brasil é dividida em dois conjuntos: aquarelas e desenhos feitos pelo artista na viagem ao sul do país em 1827, na comitiva do imperador D. Pedro I, que percorreu os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. O artista pintou belas marinhas da costa sul brasileira, paisagens da mata nativa, índios, brancos e negros e seu cotidiano, destacando as festas e as tradições populares. 
 
O segundo conjunto conta com as célebres aquarelas realizadas no Rio de Janeiro, que retratam a vida urbana na Corte, desde a pompa do Império até o dia-a-dia de escravos, seus hábitos, vestimentas e os trabalhos executados por estes.
 
As imagens que compõem a exposição foram adquiridas pelo mecenas Raymundo Ottoni de Castro Maya, em Paris, no final dos anos 1930, com o intuito de resgatar os originais de Debret que haviam servido de base para o livro Viagem pitoresca e histórica ao Brasil, que o artista lançou na França. O colecionador também adquiriu um importante material inédito que ficara de fora da publicação.
 
Segundo Anna Paola Baptista, curadora da mostra, as imagens do sul contrariam algumas das mais marcantes características do trabalho de Debret: a flagrante sensação de intimidade e proximidade com a cena retratada que emana de suas aquarelas sobre o Rio de Janeiro. Nas cenas do sul, ao contrário, predominam as vistas ao longe, tomadas a partir de um ponto de observação distante e alto: Alguns historiadores acreditam que Debret não chegou realmente a empreender o deslocamento ao sul, tendo se utilizado de relatos e desenhos de outros viajantes para compor os trabalhos.
Até o momento, não temos documentos que resolvam essa questão, mas pergunto: isso é o mais importante? A viagem de Debret ao sul pode até não ter sido física, porém revela-se como construção mental e artística de uma paisagem que a coloca, indubitavelmente na categoria de viagem, declara a curadora.
 
Jean-Baptiste Debret – O artista nasceu em Paris, em uma família de artistas, sobrinho-neto do pintor e gravador François Boucher e primo de Jacques-Louis David, grande mestre do Neoclassismo. Estudou na Academia de Belas Artes e tornou-se um dos  pintores oficiais do império francês, retratando as façanhas de Napoleão. Desgostoso com a morte de seu único filho e com a derrocada de Napoleão Bonaparte, o artista aceita participar da Missão Artística Francesa, que vem ao Brasil à convite de D. João VI.
 
Nos 15 anos passados no Brasil o artista retratou a vida urbana do Rio de Janeiro, o cotidiano da Corte, desde as celebrações oficiais com desfiles militares até a rotina da damas, as vestimentas, seus hábitos e costumes, as tradições e festas populares, os escravos que tudo vendiam nas ruas da cidade, a bela arquitetura colonial e a natureza luxuriosa da floresta atlântica brasileira.
 
Serviço:


Local: Caixa Cultural de Curitiba
Endereço: Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro
Abertura: 05 de julho de 2011 (terça-feira), às 19h30
Data e horário: De 06 julho a 21 de agosto de 2011 – de terça a sábado das 10h às 21h e aos domingos das 10 às 19h
Preço: Entrada franca