Os Caprichos, de Goya, em cartaz até o dia 24 de abril no MON

São 80 gravuras produzidas entre 1797 e 1799, nas técnicas de água-forte, água-tinta, ponta seca e buril

Bem Paraná

A série Os Caprichos, de Francisco Goya (1746-1828), estará no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir de quinta-feira. São 80 gravuras produzidas entre 1797 e 1799, nas técnicas de água-forte, água-tinta, ponta seca e buril. O ingresso é gratuito durante a inauguração. A exposição fica aberta ao público até o dia 24 de abril deste ano.
Salvador López Becerra, diretor do Instituto Cervantes de Curitiba, instituição parceira na realização da mostra, explica que a coleção satiriza a sociedade espanhola do fim do século18, especialmente da aristocracia e do clero, do sistema de valores, do imobilismo dos costumes e da superstição. É com Os Caprichos que Goya se consagra como o grande mestre da gravura, afirma Becerra.
A diretora do museu, Estela Sandrini, chama a atenção para o fato de que Goya, um requisitado e consagrado pintor, migrou para a gravura, modalidade artística em que se revelou tão talentoso como no uso de pincel e tinta sobre as telas. Goya elaborou narrações, e essas narrativas visuais apresentam, lado a lado, opostos, donzelas e monstros. Amor, dor e morte, temas perenes se evidenciam nas cenas que o artista divide entre um escuro sombrio e um claro volumoso, diz Estela.
Na avaliação de Estela, que também é artista visual, os Caprichos são misteriosos e contêm segredos que atravessam os séculos a seduzir, a provocar e a desafiar mulheres e homens: Os não ditos dessas gravuras dizem respeito até demais à nossa complexa condição, demasiadamente humana.
Becerra lembra que os críticos afirmam que Goya é um dos precursores da arte moderna. Desta forma, é óbvio comprovar como Os Caprichos influenciaram gerações de artistas de movimentos tão díspares como o romantismo francês, o impressionismo, o expressionismo alemão e o surrealismo, afirma.