Palacete dos Leões vai expor pinturas de Edilson Viriato

Mostra apresenta 20 pinturas produzidas desde o ano passado, parte delas em Berlim

AEN

O Espaço Cultural BRDE – Palacete dos Leões abre a mostra Contestatório, do artista plástico Edílson Viriato. A mostra apresenta 20 pinturas produzidas desde o ano passado, parte delas em Berlim, para onde viaja constantemente, e outra em Curitiba. Atualmente, além de inúmeras exposições e do seu trabalho como curador, o artista tem uma intensa produção e ainda comanda o Núcleo de Arte Contemporânea de Ateliê Edilson Viriato.

Fique por dentro da programação da mostra.

O talento apareceu cedo. Na infância, dizia para a mãe, dona Luzia, que ia ser artista. Desde pequeno participava de tudo: do teatro da escola aos bailes de carnaval que organizava em casa e cobrava ingresso das outras crianças. Em 1980 pediu, como presente de aniversário, para ser aluno do ateliê de pintura em Paraíso do Norte, sua terra natal. Os pais não botaram fé e o desejo de Edilson foi atendido em parte. Ele ganhou apenas as cores primárias.

O garoto deu um jeito. Ao final das aulas, depois que todos saíam, recolhia as sobras das tintas das outras palhetas e pronto, tinha todas as cores que queria. Em pouco mais de um ano passou a ser o orientador do ateliê, quando a professora se transferiu para Londrina.

Com o dinheiro ganho dando aulas, Viriato seguiu o caminho de muitos jovens do interior do Estado, que deixam suas cidades para estudar na capital. Ele veio estudar na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), onde formou-se em gravura, pintura, desenho e escultura.

Além da Embap, passou a frequentar o curso de dança clássica do Teatro Guaíra. A dança marcou o trabalho do artista de várias formas. Na pintura começam a surgir figuras em movimento. O gosto pela música também levou Viriato para a performance.

Apresentou em grupo e individualmente trabalhos performáticos que envolvem não apenas o aspecto visual, como cenografia e figurino, mas principalmente a expressão corporal, aliada à dança e à música. Em 1993, quando viajou para Oslo, criou “Terra Possuída AIDS“.

Sobre a fama de polêmico, o artista plástico, orientador e curador
resume: “Não sou um conservador, mas em nenhuma exposição tratei de temas polêmicos explícitos, são as pessoas que as rotulam assim. Eu simplesmente trato de coisas que fazem parte do momento, da minha vida, da vida de todos. Mesmos os não visíveis. Acredito que temos de dar motivações à vida. A vida é viva e tão viva que faz parte da morte. Por isso ela sufoca, enlouquece, transporta…”, diz Viriato.

Sucesso

Os anos 90 começaram com força para Viriato. Foi o único artista do Paraná selecionado para a 21ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1991, e o mais jovem entre os 48 artistas brasileiros participantes. Viriato tinha 25 anos. A trajetória segue com exposições, performances, fotografias. As obras ganham espaços em Cuba, Noruega, Alemanha, França, Espanha e passam a fazer parte de acervos de museus dos EUA, Finlândia, Noruega e Japão.