Retratos Catódicos no Jokers

Obras trazem figuras humanas que remetem ao fantástico e ao grotesco

Redação Bem Paraná

O artista gráfico e pintor Fabrizio Andriani abre Retratos Catódicos no Jokers Pub Café. Na ocasião serão expostos 30 retratos, no formato 30 por 40 cm, na técnica de acrílico sobre tela. As obras trazem figuras humanas que remetem ao fantástico e ao grotesco, compondo uma galeria de personagens mutantes, estranhos e surrealistas.

Confira a programação.

Influenciado pelo grafismo, texturas e temas da Graphic Novel de vanguarda o artista Fabrizio Andriani explora a potência de um traço vigoroso e altamente cromático. Seu universo mitológico também é devedor de grandes mestres da pintura européia como Giotto, Brueghel, Bosch e Goya, influências confessas.

Andriani admite que a sua geração sofreu na pele a influência da realidade catódica que o artista relaciona à linguagem televisiva. “É impossível que alguém que tenha sido exposto desde criança à luz catódica possa interpretar a realidade sem esse condicionamento. Quantas horas ficamos diante da TV, do computador ou de um vídeo game?”, questiona.

Para ele a televisão e o computador contaminam. “Nada é tão atual quanto esta cicatriz que está em nossos cérebros que cresceram com aquela luz catódica que os regava como a planta carnívora de um certo filme trash dos anos oitenta”.

O resultado dessa “contaminação” está na exposição Retratos Catódicos, que é continuação temática da mostra Olhar Catódico (2006), que reunia obras de diversos momentos da trajetória do artista. Ele explica que os retratos medem 30×40 para lembrar as fotos 3×4 de seres imaginários, mas também de algumas pessoas reais que foram pintadas “catódicamente”.

No Jokers o público poderá contemplar uma variedade de figuras humanas, criaturas inventadas e até mesmo um auto-retrato do autor. Entre as telas, duas são pinturas sobre desenhos de outros artistas: um de Gamal Logan, desenhista de Curitiba e o outro, de Joe Bennett, desenhista da DC Comics. Andriani confessa que graças às novas tecnologias das tintas, ele se sentiu habilitado a “pintar catódicamente”, com cores cada vez mais parecidas com as que se percebem nos monitores, explorando, em boa parte da obra, os tons metálicos e fluorescentes.

Sobre o artista

Fabrizio Andriani nasceu em São Paulo em 1971, filho de pai italiano e mãe brasileira. Ainda menino, em 1980, fez sua primeira mudança para Itália indo morar em Gênova por 2 anos, onde vence os primeiros concursos de desenho.

Em 1988 começa seus estudos de arte em Pescara no Liceo Artistico Statale di Pescara, escola que teve entre seus alunos o desenhista Andrea Pazienza que virá a influenciar o artista. Ali, foi aluno de artistas importantes como Dino Colalongo e Albano Paolinelli.

Depois de rápida passagem pelo Brasil, retorna à Itália em 1993 e se estabelece em Gênova onde começa estudos na Accademia Ligustica di Belle Arti. Lá toma contato com o Muralismo e se inspira nos artistas mexicanos, realizando obras em espaços urbanos.

Em 1998, faz intercâmbio e passa 6 meses na Inglaterra aonde cursa ilustração e fotografia. Em 2000, faz sua primeira exposição em Gênova no Teatro Politeama Genovese e um ano depois retorna ao Brasil.

Em 2001, em Curitiba, trabalha em agências de publicidade e em 2002 vai para Belém do Pará, trabalhar com projetos de inclusão social através das artes. Cria e coordena o projeto Celpa em Grafite para a empresa de energia elétrica do Pará, e a ONG Urbanarte, trabalhando com jovens da periferia utilizando a arte do grafite e da pintura mural.

Em 2007, teve seu projeto “Trânsito Canibal” escolhida pelo edital  “Arte Urbana no transporte coletivo”.

Atualmente, é professor de arte no Colégio Anjo da Guarda e na Escola Palmares em Curitiba, além de ser sócio do escritório de ilustrações e design, a ZnorT!