Depois de onze anos sem mostrar novas pinturas, o artista plástico goiano Siron Franco quebra o jejum e começa por Curitiba a exibir suas novas criações sob telas.
Nesse tempo, conta ele por telefone, nunca parou de produzir mas se voltou mais para objetos e arte pública.
O que pintou foi parar nas mãos de colecionadores. Por isso, esse certame tem várias peças inéditas. “Para fazer exposição tem que ter algo de novo no repertório a mostrar. E essas novas criações são resultado da reflexão desse tempo”, diz, avaliando que as figurações explícitas que vinha fazendo o levaram para outro caminho. “Estou reconhecível nessas obras, mas o tridimensional deu outras opções para esta caminhada que a arte é. A gente não pode se deixar seduzir pelo que criamos”, comenta ele cujos trabalhos têm curadoria de Agnaldo Farias.
Do ponto de vista estético, prossegue, essas pinturas são investigações relacionadas a transparências e cores. Tem um quadro, “Noite Azul”, que nasceu daquelas noites estranhas em São Paulo, tem a coisa da violência – cifrada, mas tem”, explica o artista que usa também a mão para pintar “quando o pincel não dá conta e isso cria tramas que o pincel não consegue”.
Siron também se empolga para falar da arte pública, que, segundo ele, sofre muito no Brasil, com a depredação. “Tem a ver com educação, com questões sociais e com impunidade, porque as peças são roubadas para serem vendidas e com o receptador não acontece nada”, comenta indignado.
Para Siron, as diversas linguagens que usa estabelecem uma conversa. “Minha formação é meio renascentista, na qual você aprende a gravar, modelar, desenhar e aí por diante. Então acho que tenho idéias que são pictóricas, mas como sempre gostei de arte pública, desde criança, e gosto de envolver as pessoas, transponho essas ideáis também quando faço trabalhos tridimensionais e de grandes tamanhos”.
Serviço
Siron Franco – Pinturas. Até 19 de novembro, de terça a domingo das 10 às 18h. R$4 e R$2. Museu Oscar Niemeyer (Av. Marechal Hermes, 999). Informações: (41) 3350-4400