Depois de uma sequência interminável de insucessos, dos quais quatro derrotas e três empates, obviamente era inevitável a saída do treinador Renê Simões do comando do Coritiba. Não que seja ele o principal culpado — aliás há uma somatória de erros dentro do clube. Fazem parte desse elenco de problemas uma vaidade exacerbada no mais alto escalão e uma força maior ainda de alguns para que tudo dê errado  e assim prevaleça as suas idéias, mesmo que padeça o clube.
É uma verdadeira disputa interna que fere o time com o chamado fogo amigo. Vale até perguntar quanto tempo faz que não há uma reunião do Conselho Deliberativo para discutir a situação atual do clube e buscar alternativas.
No entanto, é bem assim que funciona na nossa cultura futebolística. Na ausência de vitórias, quem dança é o treinador. O Renê não é uma sumidade como técnico, muito pelo contrário, até tenho muitas restrições sobre o seu trabalho — e isso vem dos tempos da segunda divisão. Mas a bomba caiu no seu colo.
Porém, tudo seria fácil se a simples troca de comando técnico resolvesse todos os problemas como em um passe de mágica. Assim o Coritiba seria outro a partir do próximo jogo. Mas, infelizmente para o torcedor, as coisas no futebol não funcionam bem assim.
Nesse momento de crise, de queda técnica e emocional, o time do Coritiba precisa de um treinador que seja ao mesmo tempo técnico de campo, motivador, psicólogo e principalmente que tenha a capacidade de aglutinar diretoria e jogadores com a sua torcida.
Não vejo ninguém disponível no mercado com esse perfil nesse momento. Até mesmo pela questão salarial. Além disso, qualquer profissional que aceite esse desafio, mesmo com salários vultosos, terá muitas dificuldades para arrumar a casa, pois a crise é muito mais profunda do que se pensa e ultrapassa as linhas que demarcam o campo de jogo.

Voltou
 A certeza que fica na torcida atleticana é que o Furacão voltou. Essa música calou o Engenhão. Voltou porque agora vemos os jogadores terem disposição para disputar cada lance. Vemos ter a vontade de Paulo Bayer, que correu como um garoto, no segundo tempo. Vemos a determinação do atletas com a união que se formou antes do jogo contra o Fluminense, quando, antes do ônibus seguir para Londrina, Ocimar Bolicenho e Riva Carli deixaram bem claro que, se não estivessem preparados para jogar no Atlético, poderiam desembarcar, pois aquele momento era só para guerreiros. Todos esses fatores influenciaram positivamente para que as vitórias viessem a acontecer. Temos muitos jogos pela frente. Continuando com esta determinação, poderemos alcançar algo melhor neste campeonato. Só peço ao elenco continuar seguindo a cartilha. O Furacão voltou, e a sorte também!
 
Reconhecer
Fui um dos primeiros a criticar Ocimar Bolicenho, principalmente depois das declarações que ele deu após a derrota em Porto Alegre, para o Grêmio. A atitude que teve de dispensar os “cinco elementos” mostrou que realmente está com carta branca. Só que muitas vezes não é necessário acontecer outros fatores (a diretoria sabe muito bem do que estou falando) para tomar decisões. Continuamos de olho em tudo, independente dos resultados positivos.
Um Ultra abraço!

O problema era só o René?
René Simões não é mais o treinador do Coritiba. Na coletiva à imprensa, após a derrota em pleno Couto Pereira por 3 a 1 para o Cruzeiro, o presidente do Clube, Jair Cirino, noticiou a mudança. Ele comentou que era o treinador do apelo popular. Não interessa o que o fiel e passional torcedor coxa pensava, presidente. O responsável pela contratação e dispensa no clube é uma prerrogativa sua e de sua diretoria, não dos torcedores. Não se transfere responsabilidade.
O problema do Coritiba vai além. Não será só a saída de René que mudará o rumo do time. O time precisa de reforços. E da avaliação profunda do departamento de futebol sobre a relação entre os jogadores. O desempenho e os comentários do capitão do time, cobrando atitude, deixam no ar que o elenco não está unido na busca de um ideal.
São necessários reforços. Repetir isso também é necessário. Afinal, se a diretoria ouviu a torcida na hora de escolher René, então que ouça novamente e contrate. Mas contrate bem!
E é necessário colocar um diretor de futebol que conheça profundamente os bastidores do Alto da Glória. Homero Halila continua no G9, mas fora do comando do futebol. Não é hora para errar. E só demitir René será um erro. Dos grandes.
Coritiba, a torcida que nunca abandona!

Ainda dá!
Por existirem ainda 66 em disputa na segundona, qualquer equipe ainda pode ter a pretensão de disputar a primeira divisão em 2010, sendo o título, o objetivo de menor importância.
Analisando os últimos campeonatos, vemos uma regra sobre a “nota de corte” da segundona, em que apenas quatro são “aprovados”: Em 2006 o último time a subir foi o América (RN) com 61 pontos; em 2007, o Vitória, com 59; em 2008, o Barueri com 63. A atual campanha tricolor o coloca em 14º. lugar, com 20 pontos, um acima da Zona de Rebaixamento e a oito do grupo dos “vencedores”.
Embora o Paraná tenha por ora o quarto pior ataque e defesa, o que definirá o sucesso de sua temporada, será seu aproveitamento de pontos ao final do certame. Atualmente com 42% de aproveitamento, o tricolor precisa aproximadamente de mais 42 pontos para chegar ao final da temporada apto a disputar a série A. Para isso, na campanha restante, tem que conquistar 63,63% dos pontos — ou simplificando, de cada seis pontos precisa somar quatro.
Apenas dois times por ora, têm aproveitamento similar: os líderes Atlético (GO) e Vasco. Ambos têm derrotas (o primeiro quatro e o segundo duas) mas como vencem mais do que perdem ou empatam, conseguem tal percentual.
A regra básica do resto da temporada ao Paraná é simples: vencer todos os jogos na Vila Capanema e empatar as partidas fora, conquistando assim, os quatro pontos a cada seis disputados de que precisa. Ainda dá!
Teu destino é vitória!