O futebol possui uma magia que apaixona pelo imponderável e pela falta de previsibilidade. A ambigüidade é visível em todas as ações dos seus atores no exercício de suas atividades. É um esporte único, no qual o mais fraco tem plenas condições de vencer o mais forte, pois existe a figura da conhecida “zebra”.
Jogadores medianos ficam milionários e, por incrível que pareça, os desprovidos de qualidade técnica conseguem ganhar muito dinheiro também. Até os incompetentes se transformam em celebridades por estarem ao redor do futebol, às vezes no comando. Falo dessas amenidades para chegar ao ponto central do meu pensamento, ou seja, das ambigüidades.
É indiscutível a capacidade do técnico Geninho. Ele esteve fantástico na condução do Atlético na reta final do Campeonato Brasileiro. Mais uma vez, foi merecedor da admiração e do amor da torcida atleticana. Recebeu um prêmio ao tirar o rubro-negro do fantasma da segunda divisão.
No entanto, como o futebol é ambíguo, todos os louros da vitória alcançada pelo treinador premiam também a incompetência administrativa que foi evidente desde o primeiro mês desse ano.
Recomeço
Os torcedores do Coritiba esperam uma grande equipe para o seu aniversário de 100 anos. Seria uma boa para as pretensões alviverdes a contratação de Carlos Alberto Parreira. Não apenas como treinador de campo, por ser um campeão do mundo, ter uma vasta experiência, mas em termos de propaganda. O Coritiba ganharia mais visibilidade internacional e, por conta disso, viriam mais investimentos.
A contratação do técnico Parreira seria considerada de peso, bombástica, mas traria consigo um pequeno problema. A diretoria do clube teria de dar a ele jogadores de peso também. A julgar pelas primeiras contratações e pela lista de saída, não é exatamente o que ocorre no Couto Pereira.
Só para os raros
Acabou! Na ultima rodada, nós conseguimos nos livrar do inferno da segunda divisão e, de presente de final de ano, veio a vaga na Sul-Americana. Depois de um ano com muitas desilusões, ficou provado que muita coisa tem que ser mudada em se tratando de futebol. Não adianta virmos com frases que time grande não cai. Quem não faz time competente merece o rebaixamento. A obrigação dos empregados do clube, que são os jogadores, eles fizeram. E receberem muito bem por isso. Agora, independente da chapa que ganhar, tem que ter a consciência que mais da metade desses jogadores não servem para o Clube Atlético Paranaense. Que os próximos campeonatos não sejam apenas torneios para disputarmos como mero coadjuvante, porque essa torcida maravilhosa como a nossa não merece tanto sofrimento.
Se existe méritos, são para Geninho, que deveria ter uma estátua na frente da Baixada.
Truco, papudo!
Mais uma vez, as paquitas tiveram que agüentar nossa festa. Muitos poderiam perguntar: fazer festa por não ser rebaixado? Não é só isso. Mostramos que clube que tem torcida pode, sim, fazer a diferença. Tanto as paquitas como os coloridos tiveram este momento. Só que, ao invés de pressão negativa, mostramos por que fazemos à diferença.
Quem sabe um dia vocês descubram a fórmula de como é a postura ideal de torcida. Enquanto não conseguem, deixem guardados os foguetes para quando ficar pronto o estádio “novo”. Só tomem cuidado com a validade do produto.
Um Ultra-abraço!
Gabriel Barbosa
[email protected]
Reflexões
Terminou o ano para o Coritiba, que encerra sua participação no Brasileirão na 9ª colocação e com uma vaga na Sul-Americana 2009.
Se realmente a diretoria pretende montar um time para conquistar um título nacional ou internacional no ano do Centenário Coxa-Branca, que reflita bastante sobre o atual elenco.
No fim das contas, em Recife, quem fez o que deveria fazer foram os jovens formados no Alto da Glória: Marlos, Keirrison e Rodrigo Mancha.
Se a diretoria pretende mudar a forma de gestão do futebol coritibano, deixando de ser um time formador de atletas para ser um time comprador de jogadores, que tragam gente que saiba o que está fazendo no futebol, pois as contratações de 2008 ficaram aquém do esperado. Quem brilhou neste ano? Aqueles que já estavam aqui ano passado: os que marcaram contra o Sport, mais Vanderlei, Ricardinho e Felipe.
Enquanto isto, na ReBaixada, a torcida deles comemora não cair de divisão. Reflexo da exato tamanho do time deles.
Coritiba, a torcida que nunca abandona
Luiz Carlos Betenheuser Júnior
[email protected]
Segundona de primeira!
Já estão definidos quais os participantes da segunda divisão nacional em 2009 e, geograficamente, teremos um novo panorama.
O Estado de São Paulo seguirá com maior número de representantes, cinco: Bragantino, Ponte Preta, Guarani, São Caetano e Portuguesa. Quatro unidades federativas terão dois representantes: Rio de Janeiro (Vasco e Duque de Caxias), Goiás (Atlético e Vila Nova), Ceará (Fortaleza e Ceará), Rio Grande do Norte (América e ABC). Com um representante cada, estão: Paraná (Paraná Clube), Santa Catarina (Figueirense), Rio Grande do Sul (Juventude), Bahia (Bahia), Distrito Federal (Brasiliense), Paraíba (Campinense) e Minas Gerais (Ipatinga).
Regionalmente, temos três equipes do Sul e do Centro-Oeste, seis do Nordeste e oito do Sudeste.
Tal fato indica que times regionalmente fortes disputarão essa competição e, cada vez mais, o fator casa deverá ser um diferencial; muitas vezes, condição determinante para o sucesso de qualquer agremiação.
Pode-se afirmar desde já que o equilíbrio entre as equipes deverá ser uma constante desde o início do certame e que os participantes terão no mesmo, o foco das temporadas.
No futebol atual, muitas equipes buscam entrosamento com competições em andamento, motivo pelo quais os respectivos estaduais deverão ser os laboratórios para que cada uma consiga ter um elenco competitivo. Aqueles que não pensarem assim e deixarem para montar suas equipes durante a competição correm graves risco de rebaixamento.
Cabe ao Paraná Clube entender qual sua situação nisso tudo e fazer um planejamento para, antes do dia 25 de janeiro, já estar pensando no seu regresso à elite do futebol.
Teu destino é vitória!
David Formiga
[email protected]