Devagar. Esse foi o ritmo de futebol imposto pelo Coritiba contra o Iraty no último domingo. Não que o adversário seja de uma estatura técnica elevada. Pelo contrário: ao pisar no Couto Pereira, o time do interior não havia conquistado nenhum ponto na fase final da competição.
O Coritiba está mais preocupado em fazer uma festa de arromba para comemorar o centenário que montar um time forte para as competições que terá pela frente. No domingo, parecia um time amador, tal a fragilidade técnica e tática. Nem parecia que estava na disputa direta de um título tão importante para o seu torcedor.
Não sou daqueles críticos que, ao verificar uma dificuldade, pede a cabeça do treinador. Entendo que na maioria das vezes ele é o menos culpado. No entanto, creio que acabou o discurso do técnico Ivo Worttman. Ele recebeu apoio de todos, inclusive do presidente, mas não conseguiu fazer o time jogar.
O “Verdão” é hoje um time sem padrão de jogo, confuso e sem jogadas ensaiadas. Os atletas não parecem jogar para salvar a pele do treinador. Parecem não entender a mensagem passada pelo comandante — para não dizer que montaram as conhecidas igrejinhas para derrubá-lo. E que ele (o técnico) não possui ascendência sobre o grupo. O casamento acabou.
A bronca maior dos torcedores é que os meses estão passando rapidamente, o Brasileirão terá inicio em poucos dias e o Coritiba ainda não tem um time definido. E acaba de entregar, de bandeja, um titulo do estadual para o seu maior rival.
Assim, chegou a hora de mudar. Não apenas o comando técnico. Há de ser de mentalidade, e em todos os departamentos do clube. Pois é sabido que existe uma guerra política e de vaidade instalada no primeiro escalão.
A opinião é geral de que o time do Coritiba é fraco para disputar o singelo Estadual. Quem dirá o Brasileirão. Com esse elenco, a segunda divisão estará próxima. Principalmente quando vemos clubes como Internacional, Cruzeiro, São Paulo, Santos, Corinthians, Palmeiras, Botafogo e Flamengo, adversários na competição nacional, jogando o fino da bola — diferente do futebol apresentado pelo Coritiba até o presente momento.

Cada um com seus problemas
Chegando a reta final do Paranaense, nós nos deparamos com a fragilidade daquele que, em seu centenário, era apontado por muitos como favorito ao título. Para chegar a uma decisão, um clube precisa ter personalidade e disposição de levantar o caneco. O problema não é nosso se o clube que completa o cem ter nada chega para jogar na Baixada sem nenhuma perspectiva de subir para o primeiro lugar.
Podem ter certeza que nós não deixaremos escapar esta oportunidade. Por isso, família atleticana, domingo é dia de colocar 25 mil pessoas dentro da Baixada e 50 mil na Praça Afonso Botelho. Vamos mais uma vez mostrar por que somos a torcida mais vibrante do estado e por que estamos em primeiro lugar em média de público.
A festa tem que marcar a nova empreitada desta diretoria, que começará com o pé direito. A cidade vai parar. O barulho deixará surdos aqueles que se esconderão para tentar não ver a festa vermelha e preta. Não adianta vir com desculpas ou querer anunciar que estamos cantando vitória antecipada.
Se não tiveram capacidade em seguir a caminhada, o problema não é nosso. Quem sabe quando fizeram duzentos anos, alguma coisa mude.

 Pedido
Que os jogadores continuem com a mesma disposição, pois serão eternamente agradecidos pela torcida!
Um Ultra abraço!

Responsabilidade
 O fracasso do Coritiba no Estadual teve um capítulo negro contra o Iraty. Aliás, mais um capítulo negro, depois dos frustantes empates em zero contra o time da Baixada, no Alto da Glória, e as derrotas para o Beltrão, P. Clube e Londrina. Há tempos não via um Coritiba tão fragilizado, perdendo tantos jogos num Paranaense.
 O reflexo da fraqueza tática e técnica — que não é novidade, vem sido mostrada desde a montagem do elenco do ano passado — teve, contra o time da cidade de Irati, uma mostra inquestionável de que o Coxa está distante do caminho da promessa dos dirigentes, de ser um time que iria lutar pelos títulos em 2009.  
O desempenho no torneio regional traz indícios dos graves problemas que teremos no Brasileirão, que começa em 20 dias. O Coritiba entrará em campo precisando de muitos reforços — além de um treinador e um gerente de futbol — para montar um time competitivo. A responsabilidade tem dono: a diretoria.
 Coxa, a torcida que nunca abandona

Acerto e erro
Uma simples análise do elenco do Paraná de 2009 leva a crer que o mesmo é composto por jogadores com passagens não muito gloriosas por outras agremiações. Tal impressão se confirma apenas vendo a equipe em ação, ficando latentes as limitações técnicas individuais.
Ney e Rodolfo, embora não perfeitos, podem ajudar. O último tem potencial. Na zaga, com Luís Henrique lesionado por tempo indeterminado, pode-se confiar em Leandro, João Paulo ou Élton?
Agenor vem bem, é o líder do time. Mas, sem ele, Hernani ou Edimar conseguem dar força à meia-cancha?
Com o voluntarioso Murilo lesionado, não seria mais inteligente o ingresso de Alex na ala-direita, indo o bom Araújo para o meio-campo, seu setor de origem?
Com Élvis machucado, poderá o jovem Bruninho auxiliar Lenílson na armação de jogadas? E para quem seriam as mesmas preparadas? Osmar, Wando, Peterson?!
A grande verdade é que o elenco paranista sem desfalques já não é competitivo. Por mais que Velloso e Ageu façam o possível dentro das limitações, não se pode armar ofensivamente um time limitado na frente, carecendo de valores individuais, ainda mais quando não se buscam opções.
Como ter uma escalação mais adequada, inteligente, a ponto de minorar os efeitos dessa carência qualitativa do elenco? Talvez com Alex no time, indo Araújo como terceiro homem de meio, Bruninho poderia render mais à frente de Lenílson.
Sem opções, o santo paranista “da vez” para a Copa do Brasil é Danielzinho, que talvez não tenha lugar no decorrer da temporada com a vinda do bom Alex Afonso.
Mesmo assim, não creio seja o elenco suficientemente competitivo para o restante da temporada.
Teu destino é vitória!