Os mais antigos, quando falavam de futebol, tinham como hábito dizer que a melhor defesa é o ataque. Essa máxima, pelo menos no clássico Atletiba do ultimo domingo, não teve nenhum fundo de verdade.
Após a saída do Ivo Wortmann, a primeira providencia da diretoria do Coritiba foi entregar o comando do time nas mãos do auxiliar técnico Edison Borges. Feliz iniciativa. Com apenas uma semana de treinamento, pela sua capacidade, e principalmente por conhecer profundamente o elenco atual, o auxiliar técnico conseguiu extrair o máximo de seus comandados e venceu o clássico Atletiba.
Sua primeira providência foi fortalecer o sistema defensivo. Sabedor que o ponto forte do inimigo eram as bolas alçadas na área, o interino colocou zagueiros de boa estatura e matou a bola parada. Foi humilde, propôs-se a marcar. E como marcou o time adversário.
No primeiro tempo, o Atlético não conseguiu encontrar uma opção para ir ao ataque. Os zagueiros estavam pressionados pelo centroavante Ariel e não tinham como jogar. Os corredores estavam fechados, ora pelos alas, ora pelas coberturas dos volantes. Por falar nisso, Leandro Donizete foi um leão em campo.
Veio o segundo tempo, o treinador atleticano assumiu os erros de escalação. Por falar no treinador, por mais que tenha crédito de sobra com o torcedor, o seu Eugênio está teimando demais com alguns jogadores que já perderam posições no time titular. Netinho levou mais um banho de bola, Júlio Cesar simplesmente não jogou, e ambos foram sacados no intervalo, juntamente com Júlio dos Santos — que, bem marcado, pouco produziu. As mudanças surtiram efeito e o time rubro-negro chegou ao empate.
No entanto, mesmo com o acerto atleticano, falou mais alto a estrela do Edison Borges. A sua arma secreta, Marlos, em poucos lances decidiu o clássico pró Coritiba.
O resultado foi um desastre para o Atlético, pelo simples fato de que o clássico é um campeonato a parte. O Atlético será o Campeão Paranaense de 2009, ninguém duvida. O Cianorte não será um adversário à altura. Porém, haverá uma mancha na conquista. Será questionado o supermando — bônus advindos do regulamento, e aí a culpa não é do clube — e levará no seu curriculum uma goleada em casa frente ao seu maior rival.

Um final de semana
Foi adiado por uma semana o grito de “campeão” da torcida atleticana. Nada além de sete dias. E as paquitas ficaram descontroladas pela vitória. Será que tudo isso foi pelo tempo que ficaram sem ganhar de nós na Baixada? Sabe quanto tempo, torcedor? Oito anos. Ou, para ser quase exato, 2920 dias.
Talvez seja por isso tanta alegria. Agora não podemos nos iludir com o título paranaense. Fica claro que, para a disputa do Brasileirão, reforços serão bem vindos. Sobre Geninho, deixo-o à vontade para tomar sua decisão depois da conquista. Entre erros e acertos, a torcida não faz duras criticas ao treinador, devido às conquistas dentro do clube, mas fica nítido que, por muito menos, outros treinadores foram mandados embora. Que a teimosia não prevaleça. Que aqueles jogadores que não correspondem sejam emprestados ou vendidos. Que a importância de tudo isso é que mais um campeonato se encerra, e o que todos vão lembrar é que no ano de 2009 o campeão paranaense foi o Clube Atlético Paranaense.

Responda quem puder!
A nuvem negra se afastou ou não da Baixada?
Um Ultra abraço!


Os reflexos do AtleTiba
 O Coritiba saiu do Alto da Glória para jogar na Baixada com um único objetivo: vencer. Venceu, e venceu bem, mandando em quase todo o jogo. Fez quatro gols, poderia ter feito mais. Sofreu dois gols, em falhas individuais, algo preocupante numa Copa do Brasil e num Brasileirão. Algo que precisa ser avaliado sistemicamente na formação do elenco.
A vitória no clássico mostrou que o Coritiba jogou motivado, encarnando muito bem o espírito guerreiro que a torcida Coxa tanto exige. Esta postura é bastante importante para a sequência do trabalho, especialmente na Copa do Brasil, onde a motivação de jogar duas partidas decisivas em casa fase fazem os times encararem a competição como uma “guerra” pela vitória.
Vencer o AtleTiba é sempre bom. Sempre. É importante, serve para melhorar o ambiente, agregar o elenco, motivar a torcida. Mas o trabalho continua. E no fim de semana, é OBRIGAÇÃO do torcedor Coxa ir ao Alto da Glória retribuir a força do time Coxa no AtleTiba.
Coritiba, a Torcida que nunca abandona!

Oportunidade perdida
O Paraná Clube vai para a última rodada do estadual sem chances sequer de tentar uma posição que lhe permita, sem ranqueamento, disputar a Copa do Brasil do ano que vem — sendo que, na atual edição, foi eliminado pelo Fortaleza.
Fora das competições do primeiro semestre, o time tem apenas no calendário a Segundona. Mas em quais condições irá disputá-la?
Sem o apoio da torcida (cansada de tantos e recorrentes insucessos), com jogadores remanescentes do grupo trazido por Paulo Comelli no início do ano (que aliás, não agradam) e sem a possibilidade de reforços consideráveis, o Paraná entra na competição sem um time-base definido e com a obrigação de retornar à divisão de elite. Para piorar, Agenor (a referência do time) não demonstra interesse em renovar o contrato.
Vasco, Juventude, Fortaleza, Bahia, Guarani, Ponte Preta, Figueirense e Portuguesa, rivais que o Paraná enfrentava na divisão de elite, também querem retornar ao campeonato de maior visibilidade (e rentabilidade) no país. E, apesar das dificuldades, parecem estar mais bem preparados que o time paranaense — o qual, aliás, tem a pior “tabela” (ao menos, as piores nove primeiras rodadas) dentre todos os participantes: Bahia (F), Ponte Preta (C), América-RN (F), Vasco (C), Juventude (F), Ceará (C), Figueirense (F), Brasiliense (C) e Portuguesa (F).
Há tempos sabemos que os estaduais não são parâmetro para o restante da temporada. Com o atual desempenho dentro de campo, e com esse elenco, quais seriam as reais possibilidades paranistas nesse certame? E, mesmo que viessem vários “titulares”, quanto tempo demorariam para estarem entrosados?
O Paraná aparentemente perdeu, mais uma vez, excelente oportunidade para começar bem sua mais importante competição na temporada.
Teu destino é vitória!