Fim do namoro

Edílson de Souza

As péssimas atuações e os resultados negativos no inicio do Brasileirão tiraram o técnico Geninho do comando do Atlético. Foi um ato de grandeza. Aliás, o treinador já havia dito que, quando sentisse qualquer tipo de insatisfação, se afastaria sem nenhum ressentimento. Assim o fez.
Existe no mercado nacional ou internacional um profissional que tenha mais capacidade que Geninho? Creio que não, ele não pode jamais ser considerado o maior culpado. O que há, por parte do Atlético, é uma total falta de interesse em fazer investimentos.
Se o time já era fraco no ano passado e por esse motivo quase foi rebaixado, teve muitas baixas e as reposições não foram no mesmo nível de qualidade. Por óbvio, esse time enfraqueceu.
Muitos observadores apostavam que os meninos da base seriam a solução. Contudo, atletas formados na base poderão dar resultados positivos em um time montado com jogadores de qualidade. Não podem jamais serem considerados salvadores da pátria.
Qualquer treinador que chegue à Baixada terá muitas dificuldades para colocar a casa em ordem. E com esse elenco a chance de haver uma reversão imediata é muito improvável. A mudança de treinador é benéfica, principalmente em termos emocionais. No entanto, a motivação tem prazo de validade.
A diretoria, que prometeu um time de qualidade, economizou e optou pela construção. Agora terá de mudar o discurso e abrir o cofre. Com um detalhe: mudanças profundas deverão ocorrer. Pois não será a contratação de Paulo Baier a solução de todos os problemasclube. Vale a pena refletir: um rebaixamento custa muito mais caro que uma manutenção na primeira divisão.

Sem palavras
No momento, o que poderíamos dizer desse péssimo começo de Brasileirão? Um time que está sem padrão de jogo e com jogadores com a data de vencimento chegando ao extremo. Depois do que Marcinho fez, qual seria a atitude correta a ser tomada? Para mim, deveria ser mandado embora por justa causa. Um jogador que veio com a obrigação de arrumar o meio-de-campo, mas não está jogando nada e ainda atrapalha o time sendo expulso. O tal Júlio dos Santos é outro que poderia fazer suas malas e ir embora que ninguém iria sentir sua falta. Geninho abandonou o barco na hora certa, pois já estava ficando nítida a impressão que não existia mais ambiente para ele dentro do clube. Quem sabe na próxima rodada, lá em Recife, algo de bom não venha acontecer?
 
Agora
Depois que Geninho pediu demissão, a diretoria, além de trazer um treinador de gabarito, tem que reforçar ainda mais o elenco. Paulo Baier e Eduardo foram contratados, mas não será o suficiente. Precisamos de mais reforços — de qualidade.
Como pode um clube chegar aonde chegou até pouco tempo atrás e de repente mostrar que não tem dinheiro para investir em chuteiras? Mas tudo pode mudar em breve. Ou não?
 
Pense
Até quando vai durar o teatro? Será que não está na hora de se mostrar a realidade?
Um Ultra abraço!

Torcida e Conselho
Faltou comentar sobre o time? Time? Que time? O atual elenco do Coritiba se resume a Vanderlei, Leandro Donizete, Marcelinho Paraíba e Carlinhos Paraíba. Cleiton e Márcio Gabriel são úteis, mas ainda precisam melhorar. Pedro Ken, Felipe e Marcos Aurélio estão muito abaixo das reais possibilidades. Qual motivo? Físicos? Táticos? Motivacionais? É algo de “bastidor”? Não sei. Com a palavra, a diretoria e a comissão técnica.
O Conselho Deliberativo precisa se manifestar para a torcida, que quer saber o que pode esperar no Centenário. Aos conselheiros cabe a fiscalização de contratos e contas, presenciar os treinos, participar das reuniões periódicas, ter um canal direto de comunicação com os diretores.
 Da torcida, registro minha alegria pela festa maravilhosa feita na quarta-feira, contra o Internacional. A festa com fogos de artifício e sinalizadores, chamada de “Green Hell” pelos torcedores, foi fantástica. No ano do Centenário, só temos torcida. Time que é bom, necas!
Coritiba, a torcida que nunca abandona

Um passo de cada vez
Duas vitórias seguidas foram o suficiente para dar ânimo ao paranista. Atualmente em 14º lugar, o Paraná Clube tem o mesmo número de pontos que o Figueirense (10º) e está a apenas três pontos do Ipatinga, vice-líder.
Com apenas cinco gols marcados, o Paraná Clube tem o quinto pior ataque do certame; no entanto, tem a oitava melhor defesa, com seis gols sofridos — o que não diz muito, afinal, sofre mais de um gol por partida.
A próxima partida do time de Zetti será contra o Ceará, que atualmente está na zona de rebaixamento e sem nenhuma vitória. A equipe cearense marcou menos gols (4) e sofreu mais (8) que o tricolor.
Não apenas os números servem para dar esperanças ao tricolor mas as atuações recentes de alguns atletas do elenco demonstram que com o tempo a equipe certamente terá o entrosamento necessário para subir à primeira divisão em 2009.
Ney não é nenhuma unanimidade, mas é fato que vem fazendo partidas convincentes quando protegido por uma boa dupla de defensores. Dirley e Freire aparentam ser a melhor dupla de zaga desde muito tempo. Adoniram e João Paulo parecem ter assimilado bem o que significa proteger a defesa, efetuar coberturas e ter qualidade para sair jogando. Pelas laterais, Toscano vem muito bem, ainda mais quando Ceará (limitado ofensivamente) fica como um falso terceiro zagueiro e o libera para atuar por todo o campo, confundindo os adversários. Na meia, duas vagas são disputadas por David, Dinélson e Élvis; na frente, Bebeto e Alex Afonso podem resolver.
O banco tem nomes interessantes como Rodolfo, Alex, Murilo, Fabinho e Wellington Silva, sendo que ainda poderiam estar Goiano e Araújo, inexplicavelmente fora.
Se Zetti Permitir, o time da “Elleá” pode levar as três cores novamente à Primeira Divisão. Mas… e quando a lua de mel acabar?
Teu destino é Vitória!