Para sonhar

Edílson de Souza

A se julgar pela última rodada, tal a disposição e principalmente a qualidade apresentada, o torcedor paranista pode sonhar com uma melhor sorte na Série B do Campeonato Brasileiro.
É visível, porém (e compreensível), a oscilação do clube da Vila Capanema na competição. Afinal, em seis meses o clube teve três treinadores e mudou uma infinidade de jogadores.
Mesmo que haja uma distância muito grande a ser percorrida, serão 20 rodadas, a contar do próximo sábado. É real a possibilidade de encostar nos quatro primeiros colocados. Fica clara essa situação quando analisamos os altos e baixos experimentados pelo Paraná Clube, como as foram as derrotas inexplicáveis para Brasiliense e ABC e o empate com o Ceará, entre outros tropeços com jogos pífios fora de casa, e ainda assim poderá fechar o primeiro turno bem próximo à zona de classificação.
Na próxima rodada, contra um time desesperado como o Fortaleza, o Paraná Clube deve saber explorar a ansiedade do adversário. Deverá jogar com equilíbrio, bem postado na defesa e abusar do contra-ataque. Tem jogadores para isso. Basta o treinador não errar na escalação. Vale lembrar que uma vitória fora de casa nesse momento será fundamental para as pretensões do Tricolor da Vila Capanema.

Um outro time
As minhas críticas sobre o trabalho do Rene Simões tiveram resposta no Maracanã. Toda aquela falta de convicção que existia nas escalações e nos posicionamentos dos atletas dentro do campo não foram vistas no time de Ney Franco. Simplesmente desapareceram.
O Coritiba foi um time de futebol, e não um bando de jogadores, no qual cada um corria para um lado do campo. Esteve equilibrado, mesmo quando falhou no sistema defensivo. Falhas essas provocadas pela lentidão de seus zagueiros, as quais por certo serão sanadas na sequência dos trabalhos.
Que bom que o próximo adversário, já na quarta feira, será o Palmeiras. Nada melhor que vencer o líder da competição. Além dos três pontos na tabela, servirá para elevar o astral do grupo que frequentou a zona do rebaixamento por muitas rodadas.

Um outro time (II)
Sem ser ainda um primor de técnica, mas respeitando e muito os seus torcedores, o Atlético voltou a vencer. Aliás, venceu e muito bem o Barueri, uma das revelações do nosso campeonato.
Disse anteriormente que, com Antônio Lopes, o time rubro-negro seria equilibrado. Teria na sua defesa o ponto mais forte — afinal, uma vitória começa a ser conquistada na chamada “cozinha”.
O Atlético, que teve uma das melhores defesas no início do ano, mas que vinha cometendo falhas em profusão, se transformou atualmente na referência, ou melhor, símbolo da reação da sua equipe.
Os últimos bons resultados obtidos pelo Furacão têm muito do trabalho do seu novo treinador. Há uma zaga organizada, alas que saem para o jogo com segurança, um meio-campo que consegue roubar a bola e sair com velocidade — assim, fica mais fácil marcar gol. Imaginem, até o Marcinho, que estava sendo muito criticado pela torcida, voltou a jogar bom futebol.
Para a próxima rodada, na Bahia, uma vitória será fundamental para as pretensões atleticanas. Pois o primeiro projeto será escapar o mais rápido possível da possibilidade de rebaixamento.

Eficiência
Esta palavra significa o que é o Atlético de hoje no Brasileirão. Depois que os “cinco elementos” foram afastados, toda aquela preguiça que estava no ar se afastou também. É impóssivel ver o futebol que era praticado pelo nosso elenco. Agora tudo está diferente. A zaga se comporta de tal maneira que há quatro jogos não leva gol. O meio-campo se encontra organizado. Paulo Baier parece um garoto, jogando uma enormidade. E Marcinho, tão criticado, hoje é uma das referências não só do meio-campo, mas também um dos nossos artilheiros no Campeonato. O que falar de Antônio Lopes? Também era muito criticado quando chegou, mas em menos de vinte dias já provou que sua experiência faz a diferença. Agora, ninguém pode esquecer que existe um nome que também está fazendo muito diferença: o auxiliar Leandro Niehues. Junto com Lopes, ele está dando um ritmo diferente ao time, e isso podemos ver em campo. Quatro vitórias em quatro jogos. O elenco está provando que jogar no Atlético não é para qualquer jogador, mas sim para pessoas que têm hombridade — e esses jogadores estão provando que realmente têm!
 
Juntos!
A distância nunca afastará a torcida do time. Na quarta feira estaremos no Barradão incentivando os noventa minutos. O Atlético é maior que tudo!
Um Ultra abraço!

Green Hell
Na estreia do técnico Ney Franco, o Coritiba voltou a vencer. Foi no Maracanã, 3 a 1 contra um Fluminense fragilizado tecnicamente. Mesmo assim, depois que fez o gol, o time carioca teve boas oportunidades para empatar a partida, incomodando a defesa coxa.
Não era para ser desta forma. O Coritiba teria que ter o domínio da partida durente todos os 97 minutos. Não teve — sinal que não se pode contentar com a vitória. Ela ameniza a pressão, mas ainda faltam mais nove vitórias. Vamos manter o foco, a situação ainda é bem complicada.
Na quarta-feira, teremos uma difícil partida contra o líder do Brasileirão. No confronto alviverde, a torcida do Coritiba terá a oportunidade de mostrar ao Brasil a sua força, repetindo o Green Hell feito contra o Inter, ao receber o time com um festa pirotécnica que iluminará o Alto da Glória.
Vamos atender ao apelo de Ney Franco e Marcelinho: a Torcida que nunca abandona jogando junto com o Time d’Alma Guerreira.
Coritiba, a Torcida que nunca abandona!

Esperar e torcer
O Paraná está a uma partida da virada do turno e, mesmo com a falta de consistência de sua campanha, ainda vê a possibilidade de atingir o objetivo traçado para 2009. Atualmente, o time ocupa a 11ª posição, com 24 pontos, a apenas seis do último “classificado” à primeira divisão.
Seu saldo de gols, que já foi de “-10”, hoje está em “-3”, e o aproveitamento de pontos é de 44%. É pouco para suas pretensões, mas superior ao de alguns recentes treinadores que sequer chegavam à casa dos 30%. O ataque, que nesta temporada sempre figurou entre os cinco piores do certame, hoje é o 11º, com 24 gols. Sua defesa, no entanto, ainda deixa a desejar, tendo sofrido 27 — a quinta pior, fato que deverá mudar em breve.
Cabe ao Paraná Clube — caso queira voltar à primeira divisão ainda nesta temporada — não apenas conquistar pontos de adversários diretos na luta das quatro primeiras posições, mas também não desperdiçá-los diante de oponentes fora dessa luta.
No primeiro turno, o time perdeu pontos para América-RN, Duque de Caxias, ABC, Bahia e Campinense, equipes que ocupam posições inferiores à sua na tabela; são 14 pontos com os quais não mais poderá contar e que teriam, hoje, a maior serventia na disputa direta pelo acesso.
O Paraná tem, apesar dos altos e baixos, reais chances de subir ainda em 2009. Para isso, precisa ter em campo a mesma postura adotada nas partidas diante do Guarani, Bragantino e Vila Nova, não mais repetindo apresentações lamentáveis comoas citadas anteriormente.
Pelos confrontos diretos e pela proximidade com o G-4, pode-se afirmar que o time depende apenas de si para voltar à primeira divisão. Torcida não faltará!
Teu destino é vitória!